CARTAS DE ACONCHEGO: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE ACOLHIMENTO E HUMANIZAÇÃO

Cartas recebidas do projeto Cartas de Aconchego
Autores: ¹Helena Baptista Alves de Oliveira, ²Carolina Maria de Jesus Rocha dos Santos, ³Viviane da Conceição Carius Comym, ⁴Michelly Ferreira da Silva, ⁵Maria Eduarda Rodrigues Andrade, ⁶Luigi Silvino Dandrea, ⁷Fernanda Borges de Aguiar
¹⁻⁷Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO)
Introdução: A hospitalização prolongada pode gerar impactos significativos na saúde mental dos pacientes, como sentimentos de solidão, ansiedade e despersonalização (Boas; Roberto., 2025). Diante disso, o setor de humanização aplicou o projeto cartas de aconchego como uma estratégia humanizada, alinhada à Política Nacional de Humanização (Brasil, 2004), que valoriza o acolhimento e o vínculo afetivo como parte do cuidado integral. Objetivo: Relatar a experiência das estagiárias de enfermagem e psicologia do setor. Descrição das ações envolvidas: Pacientes elegíveis para receber as cartinhas são aqueles que estão internados há 15 dias ou mais nas enfermarias selecionadas. Após essa triagem, as estagiárias realizam uma entrevista com o paciente, apresentada como uma atualização de dados. Durante essa conversa, as perguntas principais são qual o número do familiar mais próximo e se há alguém de quem ele sente saudades e que não vê desde que foi internado. Com isso, caso o paciente responda que sim, ele se torna apto a participar do projeto. Em seguida, entramos em contato com a pessoa indicada pelo paciente, convidando-a para escrever uma cartinha. Assim que a cartinha é recebida, ela é impressa e lida para o paciente. Resultados: A aplicação do projeto revelou impactos significativos no bem-estar emocional dos pacientes. Durante a entrega, em um momento de escuta ativa e troca de impressões sobre o conteúdo das cartas, muitos demonstraram surpresa e emoção através de lágrimas e sorrisos. Já os familiares, expressaram gratidão por poder enviar força e carinho em momentos de vulnerabilidade ao ente querido. As estagiárias relataram um crescimento profissional e pessoal, no qual foi possível desenvolver empatia, escuta ativa e sensibilidade. Assim, reafirmando que a comunicação afetiva por meio de cartas pode promover alívio emocional, sensação de pertencimento e fortalecimento da identidade do paciente (Ferreira et al. 2021). Considerações finais: A experiência com as cartas de Aconchego demonstrou que as práticas humanizadas são essenciais para o cuidado integral no ambiente hospitalar. A aproximação afetiva entre os pacientes e familiares contribuiu significativamente para a melhora do bem-estar emocional de ambos. Além disso, iniciativas como essa colaboram para a formação de profissionais mais sensíveis e comprometidos com o cuidado centrado na pessoa.
Palavras-chave: humanização hospitalar; saúde mental; cartas terapêuticas; vínculo afetivo; hospitalização prolongada, Mostra HumanizaRIO.
BOAS, Thiago Ruither Vilas; ROBERTO, Tiago Moreno Lopes. IMPACTO DA HOSPITALIZAÇÃO PROLONGADA NA SAÚDE MENTAL DO INDIVÍDUO. Epitaya E-books, v. 1, n. 99, p. 69-72, 2025.
BRASIL. Ministério da Saúde. HumanizaSUS : Política Nacional de Humanização. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasusdocbase.pdf
FERREIRA, J. de S.; CIPRIANO, L.B.; VASCONCELLOS, NA de S.; SEPULVIDA, GM; SILVA, JVL da; COELHO, A. da C.; MACEDO, CE; MARTINS, RA.; DIAS, JR Cartas terapêuticas: Tecnologia de comunicação estratégica e suas consequências terapêuticas
Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento , [S. l.] , v. 8, pág. e60010817687, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i8.17687. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/17687.
Por Emilia Alves de Sousa
Uma iniciativa que, embora pareça simples, revela um impacto profundamente positivo: desperta alegrias, alivia o estresse e fortalece os vínculos afetivos entre pacientes e suas redes sociais e de apoio. Um gesto de cuidado e acolhimento que, sem dúvida, contribui de forma significativa para o processo de tratamento e humanização da saúde.
AbraSUS!