De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o aumento progressivo da população, futuramente ocorrerá um aumento significativo do envelhecimento dessa população. Em 2000, a população brasileira com mais de 65 anos era de apenas 5%; acredita-se que em 2050 será de 18%. Entretendo, calcula-se que em 2050 a expectativa de vida será de 81,3 anos. Doenças neurodegenerativas, como a demência, definem uma grande parcela desta população. A prevalência da demência na população geral chega a 1%, alcançando a 20% na população idosa. Presume-se que a incidência da demência dobre a cada cinco anos de vida a partir dos 60 anos de idade. Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que existam 35,6 milhões de pessoas com Doença de Alzheimer (DA) no mundo, sendo que o número tende a dobrar até o ano de 2030 e triplicar até 2050.
As demências definem-se por, no mínimo, dois déficits cognitivos, como o de memória, aliado a, pelo menos, outro comprometimento das atividades de vida diária do indivíduo. Além de acometer a função da memória, a demência deve demonstrar a produção de outra perturbação cognitiva, como:
· Afasia (decréscimo das funções de linguagem);
· Apraxia (dano na capacidade de realizar atividades motoras);
· Agnosia (dificuldade para reconhecer ou identificar objetos);
· Uma alteração da função executiva (habilidade de pensar de maneira abstrata e programar, iniciar, sequenciar, acompanhar e cessar um comportamento complexo).
Definição do Alzheimer: A Doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa se apresenta como demência nos idosos, possui uma prevalência e incidência de 50 a 75% dos casos. É possível observar que nessa doença há deterioração progressiva de habilidades intelectuais e decréscimo cognitivo. O primeiro sintoma da doença percebido frequentemente é o declínio da memória, principalmente para fatos recentes (memória episódica), e desorientação espacial, aspectos cognitivos na maioria das vezes subordinados à formação hipocampal. Modificações na linguagem (principalmente anomia), distúrbios de planejamento (funções executivas) e de habilidades visuespaciais aparecem com a evolução do quadro.
Estágios da doença de Alzheimer (DA)
· ESTÁGIOS INICIAIS: marcados pela presença de anomias (dificuldade em encontrar palavras e nomear objetos), substituições de palavras, tendência em utilizar termos mais gerais, como no exemplo da utilização de hiperônimos (“animal” por “cachorro”). Na linguagem espontânea, encontra-se o uso de pleonasmos, aumento de dêiticos e perífrases;
· ESTÁGIOS INTERMEDIARIOS: apresenta declínio na habilidade de compreender mensagens que requeiram pensamento abstrato, o raciocínio torna-se mais concreto, e os danos na memória remota iniciam-se;
· ESTÁGIOS AVANÇADOS: observam-se dificuldades na compreensão (afasia) na escrita (disortografias, agrafia), na leitura (alexia) e cenário de completo mutismo atrelado a diversas modificações como apraxias e agnosias
As alterações de linguagem observadas em indivíduos com demência acometem a atividade comunicativa, provocando, na maior parte, o isolamento e o aumento do risco de institucionalização precoce.
Por Sérgio Aragaki
Gostei muito de saber a respeito.
Fiquei pensando que um dos grandes desafios para a humanização do cuidado às pessoas com Alzheimer é conseguir enxergá-las e cuidar delas e das pessoas por elas responsáveis para além de doença e sofrimento.
Seria muito importante saber como isso tem sido feito e quais são as propostas e possibilidades de humanização nessa área.
AbraSUS!