CUIDADO E LIBERDADE: DOIS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA A EVOLUÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICO

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Bom dia, boa tarde, boa noite, meu nome é Ruan Pablo Pessoa, sou acadêmico do curso de psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria (FISMA), venho através desta plataforma com o objetivo de cumprir uma tarefa proposta na matéria de Introdução à psicologia da saúde, ministrada pelo excelentíssimo professor, Douglas Casarotto de Oliveira, que foi analisar um dos artigos propostos e refletir de forma suscinta e objetiva sobre o mesmo.

Faço uma reflexão acerca do artigo: Entre o cárcere e a liberdade: Apostas na Produção Cotidiana de Modos Diferentes de Cuidar. Do Psicólogo, professor da graduação e da pós graduação em Psicologia da Unesp – Assis, SP. Doutor em Saúde Pública pela ENSP/Fiocruz, Silvio Yasui. O artigo traz já em suas primeiras páginas o problema consciente dos agentes públicos de determinados lugares na conduta de internação compulsória, que gera uma dificuldade enorme para que a reforma psiquiátrica e a política nacional de humanização sejam tangíveis na prática em nosso país.

O artigo traz alguns exemplos que reflete o descaso público com doentes mentais, na estrutura do espaço psiquiátrico como o exemplo de Silvio quando visitará um hospital psiquiátrico, um ambiente totalmente desprovido de higiene e inabitável, nos quais os pacientes suplicavam por liberdade, eles não estavam no local pela própria vontade, mas por causa da internação compulsória, não teve conscientização antes e nem um acolhimento depois para esses pacientes no local, estavam sozinhos e angustiados.

A crítica à visão conservadora de condução gerencial de políticas públicas é expressamente validada, uma vez que temos o desrespeito a liberdade individual do ser humano em buscar acolhimento psicológico, não há uma conscientização digna ao ser angustiado, isso gera um retrocesso no cuidado com o paciente que tanto precisa de ajuda, e que começa a ver o modo de cuidado mental como agressivo e desrespeitoso, o que se torna um ponto chave para que muitos estudante e profissionais da saúde mental busquem a reformulação da política psiquiátrica para que a visão acerca da temática seja modificada, a psicologia não é para ´´loucos“, é para toda e qualquer tipo de angústia que assola o ser humano e dificulta seu convívio em sociedade.

“Os processos de ‘anestesiamento’ de nossa escuta, de produção de indiferença diante do outro, têm nos produzido a enganosa sensação de salvaguarda, de proteção do sofrimento” (BRASIL, 2008, p. 12). O trecho acima citado é da Cartilha da PNH sobre Acolhimento e Classificação de Risco e alerta para os efeitos danosos de uma crescente mercantilização das relações entre os sujeitos e da vida.O processo de anestesiamento faz referência a pseudo cegueira consciente de nossos gestores diante da liberdade alheia, que por apresentar um quadro que difere do seu não é passível de ter a liberdade respeitada.

Fecho essa pequena crítica reflexiva, salientando que só teremos uma reforma psiquiátrica digna, quando começarmos a ver o ser humano que precisa de ajuda como um ser humano e não como o diagnóstico a ser combatido a qualquer custo.

Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde mental: cuidar em liberdadee promover a cidadania. Brasília, 2004. (Caderno Informativo do Congresso Brasileiro de CAPS). ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. 2. ed. 5. reimp. Brasília, 2010. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: documento base para gestores e trabalhadores do SUS. 4. ed. Brasília, 2008. CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL, 3., 2001, Brasília. Anais… Brasília: Ministério da Saúde, 2001. CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA (São Paulo). Trancar não é tratar: liberdade: o melhor remédio. 2. ed. São Paulo, 1997.