O trabalho a seguir é uma resenha crítica a respeito do depoimento de uma usuária do sistema CAPS, intitulada: Depoimento de Daiane Genro Ribeiro. A escolha por este texto, foi ouvir o relato de uma usuária do CAPS, conhecendo sua rotina como paciente .
Resenha elaborada por: Djênifer Rosa e Rosecléia Porto.
Do preconceito : Depoimento de Daiane Genro Ribeiro.
O texto que segue, apresenta a experiência vivenciada nos CAPS da cidade de Júlio de Castilhos e Santa Maria, através do depoimento de Daiane Genro Ribeiro, usuária dos CAPS citados.
Daiane faz um apanhado em seu depoimento a respeito das inúmeras situações de repúdio que defrontou nos caps das cidades de Júlio de Castilhos e Santa Maria, embora esse em menor escala. Daiane, expõe o enorme preconceito que enfrentou e ainda enfrenta dentro do atendimento e em sua vida diária, uma vez que é uma pessoa com epilepsia. Analisando algumas falas de Daiane: “ Fiquei muito chateada, muito triste. Também quando tinha os passeios, as viagens… Chegavam a pedir minha identidade pra pegar o CPF e o RG, às vezes eu era a primeira a alcançar, daí colocavam meu nome e tudo. Daí quando faltavam uns dois ou três dias antes vinham me dizer que não iam mais ou que não tinha mais lugar.. mas eu sabia que era por causa dos meus problemas, que se eu chegasse a desmaiar eu ia dar problema pra eles, ia ter que parar em uma cidade perto… E eles achavam que isso era um incômodo, que ao invés de se divertir iam acabar perdendo a diversão por motivos de eu estar junto…”
“…Sofri muito preconceito também fora do CAPS, porque tem pessoas que acham que por a gente ter problema mental ou alguma deficiência a gente não pode fazer nada…”
A Primeira frase que me vem à mente : “é sempre assim”, não é de hoje que “pessoas são rotuladas por pessoas”, se pararmos para pensar, o que as qualifica pra que rotulem o semelhante ? O fato de alguém sofrer com uma enfermidade, não anula todo o resto que compõem o ser humano. Tudo aquilo que ela é capaz de fazer e querer. É tal fácil julgarmos o outro exigindo um padrão de perfeição que nem nós mesmos alcançamos. Me pergunto, se no CAPS, não deveria ser um lugar de acolhimento? Como pode alguém ter desdém com aquele que está ali para ter apoio e encorajamento? Quando a função do CAPS é essa?
Me sinto triste em ouvir um depoimento tão verdadeiro e que já tornou-se banal, pois o preconceito está tão enraizado em nossa sociedade, que para muitos não passa de apenas mais uma história. Minha vontade é lançar aqui uma provocação à você leitor, aonde deve começar a mudança de atitude para que possamos combater o preconceito?
Por patrinutri
Olá Djênifer Rosa e Rosecléia Porto, que bom tê-las por aqui!
E que precioso trazer este depoimento por aqui! Com certeza dar protagonismo e autonomia aos usuários é um grande princípio da humanização na saúde.
Embora ainda tenhamos muito que avançar em relação a preconceitos e medos dentro dos serviços de saúde, o CAPS ainda é um excelente exemplo de cuidado em liberdade. Temos mesmo que aperfeiçoar o olhar e o modo de agir dos profissionais de saúde. Por isso também a humanização segue sendo tão importante no SUS.
Há aqui na RHS outros relatos sobre o tema, e seria muito legal se voc~es também pudessem ler e intergir https://redehumanizasus.net/relato-da-vivencia-no-caps/ REcentemente tivemos também uma Prosa RHS com a participação da Psiquiatra Micheline Abrantes que penso ser interessante de ouvir https://redehumanizasus.net/prosa-rhs-saude-mental-na-atencao-basica/
Espero que gostem das dicas! Vamos conversando! AbraSUS!