Descentralização do atendimento odontológico das crianças com SCZV para as unidades básicas de saúde
Após a primeira identificação do Zika vírus no Brasil, em abril de 2015, houve um aumento significativo dos casos de microcefalia, que através dos estudos foi associado a SCZV.
Na maioria dos casos, o cirurgião dentista encontra-se despreparado e inseguro diante desses pacientes o que é dificultado pelo pouco conhecimento que possuem das suas principais características bucais e crânio faciais (Siqueira et all, 2016)
Os pacientes com microcefalia constituem um grupo de alto risco para o desenvolvimento de doenças bucais. (Pereira, et all 2017)
No caso destes pacientes, o atraso das habilidades motoras é o principal fator para o atraso no desenvolvimento de suave a moderado, que leva a maioria a não apresentar plena capacidade de realizar seus cuidados bucais, tornando o paciente dependente de um cuidador para realização da higiene oral, que em alguns casos pode ser dificuldade pela presença da microstomia.
Baseada nessas necessidades, os pacientes com a SCZV devem ser acompanhados pelo dentista da atenção básica com o objetivo de aumentar o vínculo, com a unidade de saúde, bem como fazer um acompanhamento de perto a essas crianças. A concepção da saúde através da integralidade.
Faz-se necessário o esforço de promoção da saúde junto aos pais, melhorando seus conhecimentos e habilidades, minimizando desigualdades e incluindo crianças com microcefalia na sociedade. (Kuper, 2018)
No município de Arapiraca temos 10 crianças acometidas da SCZV, onde todas são referenciadas às suas respectivas unidades básicas de saúde. Quando o profissional necessita de algum procedimento mais especializado, realizamos o referenciamento ao CEO. Mensalmente reunimos as mães para realização de oficinas, palestras com profissionais da equipe multiprofissional, que participam do dia a dia dessas crianças. Crianças com microcefalia necessitam de cuidados de saúde ao longo da vida. É fundamental que o CD esteja atento às necessidades educativas e preventivas desses pacientes, proporcionando às mães e cuidadores uma adequada orientação odontológica desde o primeiro mês de vida (Cavalcante, 2017)
Diante do exposto faz-se necessário que os profissionais da odontologia estejam preparados para o atendimento, tratamento e acompanhamento destes indivíduos na rede de atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), em consonância com equipe multiprofissional e especializada.
Por Cristine Nobre Leite
Érica,
Amei o tema e tive a oportunidade de escrever sobre ele
https://periodicos.unemat.br/index.php/jhnpeps/article/view/1584
AbraSUS,
Cristine