Determinantes Sociais de Saúde e Covid19. O olhar do estudante de Medicina em uma Universidade.
A Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista (FAMEPP/UNOESTE), no Campus de Presidente Prudente, insere os estudantes da Graduação Médica em cinco Estratégias Saúde da Família, nos municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado. Em tempos de Pandemia pelo Covid 19, Facilitadores do Programa de Aproximação Progressiva à Prática (PAPP) e da Disciplina de Medicina Social e Preventiva estimulam reflexões ligadas aos Determinantes Sociais de Saúde (DSSs), relacionado-os à situação da Pandemia, nas comunidades atendidas pelas ESFs citadas. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 30 de janeiro de 2020, classificou a COVID-19 como uma Emergência de Saúde Pública, com Importância Internacional. A Organização considerou o mais alto nível de alerta para esta afecção naquele momento histórico. Em nosso país, algumas medidas foram tomadas, antes mesmo da confirmação do primeiro caso. Em janeiro de 2020 se iniciaram as ações do Centro de Operações de Emergência do Ministério da Saúde (MS), coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). Algumas ações se direcionaram a levar informação para as pessoas e também para capacitar os profissionais de saúde. A cobertura do SUS precisou ser expandida. Nos hospitais, ou seja, na atenção terciária, foi necessário aumentar os leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs). Respiradores e equipamentos de proteção individual precisaram ser adquiridos.
Em março de 2020, a transmissão comunitária da Covid 19 foi declarada pelo MS, no Brasil. Medidas não farmacológicas foram adotadas, nacionalmente, para tentar diminuir a transmissão da doença. O isolamento e o distanciamento social foram muito valorizados, com a finalidade de se evitarem aglomerações, e reduzir o contágio da Covid 19. Muitos estudos valorizam o distanciamento físico como estratégia de controle da transmissão do novo coronavírus (SARS-CoV-2), causador da doença. Presidente Prudente e Álvares Machado sempre obedeceram às restrições impostas pelo governo do Estado de SP. A partir da diminuição da presença das pessoas infectadas nos serviços de saúde, pudemos perceber a interrupção na cadeia de transmissão, com redução no número de pessoas infectadas nas cidades citadas. A OMS continua recomendando que para que haja o controle da pandemia, o indicador de velocidade de sua reprodução ou de transmissão (Rt) precisa estar abaixo de 1, nível que ainda não foi alcançado nos diversos estados brasileiros. Podemos perceber que houve a interiorização da doença. Dessa maneira, ela se espalhou para locais com pouca infraestrutura de leitos hospitalares, que geralmente estão presentes nos centros maiores.
Recursos em Saúde precisam ser bem administrados pelos gestores e deve existir uma estruturação de fluxos de atenção, com foco no direcionamento dos usuários SUS e também no o acompanhamento dos casos. Quando isso ocorre, os resultados são melhores. Deve existir sempre uma responsabilidade territorial, com priorização do cuidado, com seguimento contínuo. Em Álvares Machado e em Presidente Prudente existe um fluxograma estratégico para organização da rede de serviços da atenção primária em saúde (APS). Esse fluxograma foi utilizado pelos Facilitadores para explicar a base territorial e a hierarquização do SUS, por meio da utilização de Metodologias Ativas de Ensino e Aprendizagem como a Problematização. Estudantes entenderam que as intervenções podem ser ampliadas, conforme as Necessidades de Saúde detectadas pelas equipes das ESFs.
O cotidiano da população e a análise dos Determinantes Sociais de Saúde foram colocados pelos Facilitadores como pontos centrais do cuidado em relação à COVID-19, nos Municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado.
Referências:
Vigilância em saúde da COVID-19 no Brasil: investigação de contatos pela atenção primária em saúde como estratégia de proteção comunitária. Disponível em:
http://scielo.iec.gov.br/pdf/ess/v29n4/2237-9622-ess-29-04-e2020373.pdf
Acesso em 17 04 2021, às 16h 41min.