O crack está entre as drogas mais conhecidas, no vídeo “Crack, repensar”, observa-se o nascimento da chamada “guerra às drogas”. Nesse documentário podemos perceber que a extensão desse enfrentamento as drogas acaba chegando ao usuário, colocando, portanto, essa população a margem da sociedade e das políticas públicas. Dessa forma, a política anti-drogas se baseia na desconstrução da humanidade do indivíduo nessas condições, dando a essas pessoas um papel de infratores da lei e um perigo para o “bom” funcionamento da sociedade, reforçando preconceito embutido em uma sociedade que não só não aceita, como nega as doenças mentais, principalmente quando relacionada às drogas.
Com relação a internação compulsória desses pacientes, tal dispositivo foi utilizado para servir como mecanismo de isolamento e reclusão em massa dessa população, ato totalmente equivocado, apenas para garantir maior comodidade dos governantes, profissionais de saúde desqualificados para o tratamento adequado e para uma sociedade que prefere o não ver, ao ver e resolver.
A política de redução de danos surge como uma boia salva vidas diante a um mar de descaso e desumanização das pessoas que estão diante a este cenário amplamente desfavorável. Essa política é um dispositivo para garantia de direitos dos usuários de substâncias, tanto relacionado à sociedade como um todo, quanto a todos os princípios que abrange o Sistema Único de Saúde (SUS). Esta política tem como finalidade o estímulo ao autocuidado a auto estima dos usuários, nevando uma grande contribuição para o autoentendimento desses usuários com cidadão, alargando sua visão sobre as perspectivas de futuro, além de alavancar a melhora dos relacionamentos interpessoais e tentar agir na desconstrução de estigmas sociais tão enraizados na nossa sociedade.
O abuso de substâncias ilícitas ainda é rodeado de muitos preconceitos, entretanto, temos que nos atentar que há hoje, no Brasil, uma série de drogas lícitas altamente danosas, como por exemplo o cigarro, álcool e as medicações de uso controlado, que são drogas socialmente aceitas devido, principalmente, ao seu papel econômico. A partir dessa visão, um passo importante para a quebra desse tabu é a educação da população com a disseminação de informações acerca do tema, através de campanhas promovidas pelo SUS nas mídias sociais e nas instituições educacionais, fortalecendo, assim, uma nova concepção acerca desse tema tão importante e ampliando as possibilidades de tratamento aos dependentes de substâncias químicas, além centralizarmos indivíduos historicamente marginalizados.
Por Graca Portela
Olá Rafaela, aqui vai o link do doc Crack repensar – da VideoSaúde Distribuidora – https://www.youtube.com/watch?v=K-TFGOdW8RE