Como acadêmico do 4º semestre do curso de Psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria (FISMA), venho através desta publicação trazer a reflexão acerca da importância da Educação Permanente em Saúde (EPS) na rede pública de saúde. Atualmente estou estagiando no Núcleo de Educação Permanente em Saúde (NEPeS) no município de Santa Maria, e foi através dessa experiência que o interesse na temática surgiu.
O conceito de EPS é muito amplo, tendo por base as estratégias de mudança das práticas de saúde e os pressupostos da aprendizagem significativa que orientam as ações do desenvolvimento profissional. Deste modo, a Educação Permanente em Saúde é entendida como um conceito que relaciona saúde, ensino e serviço, sendo assim, apresenta-se como uma estratégia de educação na saúde que possui um olhar mais voltado para as necessidades dos usuários da saúde, sendo um processo transformador e integrativo, unindo instituições de ensino, profissionais e usuários.
A EPS funciona através de ferramentas que procuram trazer uma reflexão crítica acerca das práticas de serviço, sendo assim, uma prática de educação aplicada ao trabalho que promove transformações nas relações, processos de trabalho, atitudes e nos próprios profissionais. (CAROTTA et. al., 2009).
Salazar (2009) afirma que o processo da EPS possibilita uma melhoria nas práticas de serviços dos profissionais da saúde, fazendo com que os mesmos se tornem mais interessados e participativos, e, além disso, passem a valorizar o seu conhecimento, aumentando as oportunidades de aprendizagem no próprio local de trabalho.
Essa busca por melhoria nas práticas profissionais pode ser exemplificada pelas atividades que são desenvolvidas pelo NEPeS, que oferece espaço para as mais diversas formas de qualificação, como cursos, palestras e oficinas. Para a saúde pública, tais atividades possuem grande impacto, pois com profissionais qualificados e que possuem conhecimento sobre as necessidades da população, o atendimento dado ao usuário da rede pública será mais efetivo.
Para Ribeiro (1996, p. 42), a EPS tem como objeto de transformação o processo de trabalho, orientando para a melhoria da qualidade dos serviços proporcionados e para a equidade no cuidado e acesso aos serviços de saúde. Parte, então, da reflexão acerca do que está acontecendo no serviço e sobre o que precisa ser transformado.
Portanto, através da educação permanente na área da saúde é possível avaliar as condições da rede pública, que atualmente carece de recursos e infraestrutura, e através desta avaliação desenvolver práticas que busquem levar aos usuários do SUS melhores condições de atendimento. Deste modo fica evidente a importância da EPS para a rede pública de saúde, pois a mesma tem como objetivo principal a compreensão das necessidades da população, visando levar melhorias tanto para os profissionais como para os usuários.
REFERÊNCIAS
CAROTTA, F.; KAWAMURA, D.; SALAZAR, J. Educação Permanente em Saúde: uma estratégia de gestão para pensar, refletir e construir práticas educativas e processos de trabalhos. Saúde soc. vol. 18. São Paulo, Jan./Mar. 2009. Disponível em <https://www.scielo.br/pdf/sausoc/v18s1/08.pdf>. Acessado em 19/04/2019.
RIBEIRO, E. C. O.; MOTTA, J. I. J. Educação permanente como estratégia na reorganização dos serviços de saúde. Divulgação em Saúde Para Debate, n. 12, p. 39-43, jul., 1996.
Por Débora Sanguineti
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