Estudantes médicos abordam ISTs, combate à violência e gestação indesejada, para adolescentes.

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No Brasil, podemos encontrar uma população de adolescentes em torno de 21 milhões (11% do total de pessoas que habitam nosso território nacional).
Os acadêmicos do Curso Médico, na Universidade do Oeste Paulista (FAMEPP/UNOESTE) são inseridos em nove Estratégias Saúde da Família (ESFs), como membros das equipes interprofissionais, desde o primeiro termo da Graduação. Os Facilitadores utilizam Metodologias Ativas como a Problematização para estimularem a criação de Planos de Ação, a partir da Epidemiologia que emerge dos territórios ligados às ESFs. Um dos Planos de Ação, criado pelos Estudantes Médicos, esteve ligado à Educação em Saúde para grupos de Adolescentes. Acadêmicos organizaram Rodas de Conversa com Adolescentes da Rede Estadual de Ensino, no município de Álvares Machado. Foram abordados temas relacionados à prevenção de ISTs, combate ao uso de drogas, à gestação indesejada e à violência. Após a execução do Plano de Ação, a Facilitadora utilizou o Arco de Maguerez para estimular Reflexão na Ação. Estudantes consideraram que enfrentamos muitas desigualdades em nosso país e que o adolescente, muitas vezes é exposto a situações de grande vulnerabilidade.  A Facilitadora considerou que o Brasil apresenta uma taxa de gestação na adolescência que pode ser considerada como alta, em relação à América Latina, com uma média de 400 mil casos ao ano. Alguns fatores como a pobreza, a exploração sexual, a exploração no trabalho, as violências: psicológica, física, sexual e a negligência, o uso de álcool e drogas, os problemas de saúde mental, as relações sexuais desprotegidas e o bullying, podem ser elencados como situações que atrapalham esta fase da vida dos brasileiros. Os acadêmicos também consideraram que o Ministério da Saúde, no ano de 1986, organizou ações, na assistência primária para os adolescentes, com foco em questões relacionadas às infecções sexualmente transmissíveis, HIV e AIDS, no uso de drogas, nos acidentes de trânsito e na gravidez precoce.
A docente exaltou a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, no ano de 1990. Lembrou dos ordenamentos jurídicos da Constituição Federal de 1988 e das Leis Orgânicas de Saúde, que proporcionaram a legitimação de um novo paradigma para podermos compreender o papel do adolescente na sociedade. Estudantes consideraram que, por meio da Legislação, os adolescentes passaram a ser considerados como sujeitos sociais e autônomos, devendo ser inseridos nas decisões do Estado. A Facilitadora explicou que, no período entre 1995 e 2002 houve inserção de políticas públicas relacionadas aos adolescentes e jovens, com ações voltadas ao combate à criminalidade a partir de uma perspectiva de salvação dos riscos relacionados ao crime, ao tráfico e à violência.
Finalmente, o “Programa Saúde do Adolescente” demarcou as políticas públicas em nosso país. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Adolescente e Jovem trouxe diretrizes e orientações específicas para os adolescentes em nível nacional. Ela se tornou a base da reflexão sobre a atenção à saúde do adolescente até para os dias atuais.
Acadêmicos consideraram que essa política pública preconiza o atendimento integral do adolescente, dando prioridade para as atividades preventivas, sem que haja prejuízo dos serviços assistenciais. A Política também prevê a organização de serviços para que essas práticas de saúde possam se desenvolver. A Política considera a importância da promoção à saúde e a necessidade de se estabelecer processos de trabalho intersetoriais e interdisciplinares. Os estudantes entenderam que o enfoque passou a ser o da promoção à saúde e do protagonismo juvenil. Algumas questões foram consideradas como prioritárias na Política, como o crescimento e o desenvolvimento saudáveis, a saúde sexual e reprodutiva, e a redução da morbimortalidade por violências e acidentes. A Política Nacional de Juventude foi citada pelos acadêmicos, com foco em jovens de 15 a 29 anos, ressaltando a juventude como segmento social estratégico. A Facilitadora considerou que a Adolescência é uma idade de risco, que pode estar associada a problemas sociais e ao cometimento de atos infracionais. Dessa maneira se justifica o uso de estratégias de controle, que vêm lentamente se transformando em uma abordagem voltada para uma visão mais positiva, de protagonismo e autonomia do adolescente. Acadêmicos concluíram que ainda ocorre a falta de valorização dos aspectos culturais, sociais e subjetivos vividos pelos adolescentes. Esses aspectos precisam ser considerados no planejamento das ações em saúde para esse grupo populacional, no território da ESF.
Os participantes consideraram como positiva a ação de Promoção à Saúde, realizada no território ligado à ESF, no interior de SP.

Referência:
O tema da adolescência na saúde coletiva – revisitando 25 anos de publicações.
Disponível em:
https://www.google.com/urlsa=t&source=web&rct=j&url=https://www.scielo.br/j/csc/a/ZtYhGrpPqXPzYVk3fmFz7Rs/%3Flang%3Dpt&ved=2ahUKEwiKkr_Y0tr3AhVLpZUCHUTvDvwQFnoECCMQAQ&usg=AOvVaw0FChkSCmPlEV_LXvutRTe6