ESTUDANTES MÉDICOS CAPACITAM A COMUNIDADE SOBRE ACIDENTES EM CRIANÇAS.
Acadêmicos da Graduação em Medicina da Universidade do Oeste Paulista, no Campus de Presidente Prudente (FAMEPP/UNOESTE), são inseridos em nove Estratégias Saúde da Família (ESFs), graças a uma parceria firmada entre a Universidade e as Secretarias de Saúde dos municípios de Presidente Prudente. Os estudantes, como membros das Equipes das ESFs, participam das reuniões de Equipe, com os Trabalhadores da Saúde, com a finalidade de serem estimulados a organizarem Planos de Ação, com foco na Criação de Ambientes saudáveis para as áreas adscritas às ESFs.
Um dos Planos de Ação, desenvolvido pelos acadêmicos, esteve ligado à prevenção de acidentes com as crianças da comunidade, de acordo com a faixa etária.
Acadêmicos organizaram uma Roda de Conversa, na Sala de Espera, na Unidade de Saúde, com os pais que aguardavam pela Puericultura. Acadêmicos explicaram para os usuários SUS que, o recém-nascido é muito dependente do adulto. Dessa maneira, ele é completamente indefeso. O RN não controla músculos, não consegue levantar a cabeça, nem se vira sozinho e geralmente permanece na posição em que foi deixado. Como o RN passa a maior parte do tempo no berço e é completamente dependente do adulto, é muito importante que tenha total atenção dos responsáveis nesse período.
Estudantes explicaram que, esta faixa etária as principais situações de risco são: asfixia (sufocação e engasgo por leite, chá), queimaduras e afogamento (problemas decorrentes do banho realizado de modo inadequado), intoxicações (medicamentos administrados inadvertidamente) e traumas (quedas do trocador ou do colo).
Acadêmicos explicaram que, no primeiro ano de vida ocorre um rápido desenvolvimento da criança. A Facilitadora complementou que o bebê, nos primeiros meses de vida, praticamente só reage ao que vê e tem capacidade motora muito limitada. Porém, aos 4 meses ele já se vira sozinho, quando deitado de costas vira-se de barriga para baixo, mantém-se sentado por alguns períodos, movimenta-se em várias posições, leva tudo à boca para morder ou chupar. As mãos do bebê são capazes de pegar objetos. Ele rola de um lado para outro, gosta do banho, agitando-se na água.
Estudantes explicaram que, no segundo semestre de vida ocorre um importante aumento dos movimentos e do campo de ação da criança. Aos 6 meses ele já se senta sem apoio, vira de bruços, apoia-se nas mãos. Aos 9 meses tenta colocar-se em pé. Engatinha aos 10 meses e, geralmente, ao comemorar o seu primeiro ano de vida, já está andando. Ele pega objetos, segura com firmeza e leva à boca.
Nesta fase, os acadêmicos explicaram que as crianças, ainda estão sujeitas a riscos provocados por terceiros e podem sofrer quedas, queimaduras, intoxicações, afogamentos, aspirações ou sufocações por corpo estranho.
Em relação às crianças de 1 a 3 anos, os estudantes explicaram que têm uma motivação forte e constante para explorar o ambiente. A Facilitadora complementou que a coordenação motora da criança é insuficiente e a total incapacidade de reconhecer riscos podem levar a um grande número de lesões físicas. Nesta idade os acidentes são mais frequentes e graves, daí se torna necessária a supervisão contínua dos responsáveis. A partir dessa idade a criança deve ser orientada dos riscos que a cercam numa linguagem compatível para o seu entendimento.
Os principais riscos citados pelos acadêmicos foram: traumas (quedas, da própria altura ou das mais variadas alturas), queimaduras (banho, fogão, panelas), afogamentos (banheira, balde, piscina), intoxicações (produtos de uso domiciliar, medicamentos, plantas), aspiração de corpo estranho, choques elétricos (aparelhos elétricos, tomadas, fios desencapados), picadas venenosas (aranhas, escorpiões, insetos) e mordeduras (animais domésticos).
Em relação às crianças de 3 a 7 anos, os Acadêmicos explicaram que, nesta fase a criança escapa ao controle familiar e seu mundo começa a se ampliar. Ela tem uma percepção egocêntrica e irreal do seu ambiente, não sendo ainda capaz de aprender noções de segurança. Possui muita energia, curiosidade, movimentação rápida e pequena capacidade de previsão de riscos. O pensamento mágico que acompanha esta faixa etária faz a criança achar que pode cair sem se ferir, como nos desenhos animados.
A Facilitadora complementou que nesta idade, tem importância os atropelamentos e colisões (acidentes de trânsito), afogamentos (piscinas, tanques, rios, mar e lagos), queimaduras (além das citadas, aquelas com fogos de artifício, fósforos e fogueiras), choques elétricos (aparelhos elétricos, tomadas, fios desencapados), picadas venenosas (aranhas, escorpiões, insetos), mordeduras (animais domésticos), ferimentos (objetos cortantes, armas), traumas (quedas) e intoxicações.
Para a criança de 7 a 10 anos, em idade escolar, ela já pode ter aprendido noções de segurança, mas ainda não tem o pensamento concreto organizado. Ela está desenvolvendo a capacidade intelectual e imitativa e identifica-se com super-heróis. Seu comportamento é de desafio constante a regras estabelecidas que visem sua proteção. Suas habilidades motoras estão bem além do seu julgamento crítico. Assim, sem a supervisão de adultos, os acidentes que podem ocorrer já refletem imprudência ou desorientação: atropelamentos e colisões (acidentes de trânsito), quedas, impactos, lacerações, agressões (físicas ou não) de outras crianças na escola, traumatismos dentários, fraturas, ferimentos com arma de fogo e outras lesões.
Para os adolescentes, acadêmicos explicaram que, nesta fase da vida o corpo está mudando. Vão a festas, namoram, desejam mais liberdade e independência. Eles possuem controle motor completo, autonomia, raciocínio lógico e opção de livre-arbítrio. Pelas suas características de insegurança (com todas estas modificações tão rápidas que estão ocorrendo) desafiar regras pré-estabelecidas, exibicionismo e sintonia com grupos, mesmo que antissociais, estão sujeitos a: traumas relacionados a quedas, esportes e atropelamentos, lesões decorrentes de agressões e vícios (álcool, fumo, drogas).
Os participantes consideraram como positiva a ação de Educação em Saúde, desenvolvida no território da ESF.
Referência:
ACIDENTES SEGUNDO O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA.
Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.spsp.org.br/2007/08/17/acidentes-segundo-o-desenvolvimento-da-crianca/&ved=2ahUKEwjNzYmX6vj2AhXYg5UCHcrcD60QFnoECCUQAQ&usg=AOvVaw3umONiZ9xs5e4HJB8rdCkn
Acesso em 03 04 2022, às 19h.