Estudantes médicos colocando em prática a Política Nacional de Saúde da PCD em uma ESF de SP.
Na primeira quinzena do mês de setembro do ano de 2022, alguns estudantes da Graduação em Medicina (FAMEPP/UNOESTE) fizeram uma visita domiciliar (VD) para um morador de uma cidade do interior de SP, que faz parte da Rede Regionalizada de Atenção à Saúde (RRAS 11) na Alta Sorocabana.
De acordo com os autores Ceccim e Machado, a visita domiciliar é uma forma de atenção em Saúde Coletiva voltada para o atendimento à pessoa e à família, ou à coletividade, sendo prestada nos domicílios ou junto aos diversos recursos sociais locais, visando à maior eqüidade da assistência em saúde.
A realização da Visita Domiciliar e a construção de um “Plano de Ação” voltado para a “Educação em Saúde” emergiu da aplicação da Metodologia Ativa da Problematização, na UNOESTE. Os Facilitadores do Programa de Aproximação Progressiva à Prática (PAPP/FAMEPP/UNOESTE) utilizam a “Problematização” para estimular a criação de Planos de Ação voltados à Atenção Individual, Coletiva, aos Processos de Trabalho e à Educação em Saúde.
O rapaz visitado era uma Pessoa com Deficiência (PCD), no caso, com deficiência mental, mais severa. O usuário do SUS vivia com a mãe que era sua cuidadora. Na oportunidade da VD, sob supervisão da Facilitadora do PAPP, foram verificados os sinais vitais, que se encontravam dentro dos parâmetros da normalidade.
A mãe do rapaz disse aos estudantes que ele faz acompanhamento com neurologistas frequentemente, e sempre vai à ESF próxima de sua casa. Ele faz uso dos medicamentos: Risperidona, um dos antipsicóticos, utilizado para o tratamento da esquizofrenia. Também faz uso do Valproato de Sódio para o tratamento de epilepsia, que também pode ser usado para o transtorno bipolar e para a prevenção de enxaquecas. A mãe do usuário SUS também mostrou aos estudantes, o comprovante de vacinação contra a COVID-19, até a terceira dose recebida.
Após a realização da VD, a Facilitadora utilizou o “Arco de Maguerez” para estimular “Reflexão na Ação”.
Estudantes, após a busca em referências confiáveis, consideraram que esse modelo de suporte fornecido pela equipe interprofissional da Estratégia Saúde da Família, está fundamentado nos Princípios do SUS: Universalidade, Equidade e Integralidade.
Em relação ao acesso à saúde, principalmente no que diz respeito às PCDs, os acadêmicos consideraram que elas precisam de maior assistência da equipe interprofissional. Dessa maneira, por causa da aplicação do princípio da Equidade, a equipe da ESF necessita “dar mais, a quem mais necessita”. Em relação à humanização na atenção domiciliar, principalmente no cuidado ao paciente crônico, os estudantes entenderam a importância da dimensão relacional para que se possa efetivar um cuidado em saúde, que seja completo. Esse cuidado deve levar em conta as necessidades de saúde das pessoas, ampliando o Modelo Biomédico para o Modelo Biopsicossocial, muito mais abrangente e resolutivo.
Estudantes entenderam que é importante ouvir o que os usuários do SUS têm a dizer, com toda a calma, buscando entender os seus hábitos e sentimentos. No caso do atendimento à PCD, foi muito importante que os acadêmicos dessem uma atenção especial à cuidadora, colhendo informações sobre: condições de vida, acesso, vínculo com a equipe de saúde e sobre sua “autonomia na maneira de andar a vida”.
Foi muito importante para os acadêmicos poderem prestar um atendimento domiciliar mais humano, com foco na Criação de Ambientes Saudáveis, no território da ESF.
Referência:
Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência.
Disponível em:https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_pessoa_com_deficiencia.pdf
Por Alex Wander Nenartavis
Parabéns à Acadêmica Monique Milhorança Marciano, pelo belo relato!
A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência está voltada para a inclusão das pessoas com deficiência, sendo instituída por meio da Portaria nº 1.060, de 5 de junho de 2002, em toda a rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
É muito importante que os fururos profissionais médicos conheçam e apliquem esta Lei nas práticas das ESFs. Ela se caracteriza por reconhecer a necessidade de implementarmos processos de respostas para as questões que envolvem a atenção à saúde das pessoas com deficiência em nosso país.
Congratulações!