Estudantes médicos utilizam a intersetorialidade entre SUS e SUAS para a produção de cuidados.

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Os estudantes do Curso Médico da Universidade do Oeste Paulista, por meio do Programa de Aproximação Progressiva à Prática (PAPP/FAMEPP/UNOESTE) são inseridos em oito Estratégias Saúde da Família (ESFs), desde o primeiro termo da Graduação, nos municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado. Existe uma parceria Academia/Serviço firmada entre a UNOESTE e as Secretarias Municipais de Saúde das duas localidades, que colabora para melhorias no “Acesso às Tecnologias que Prolongam a Vida”, para a comunidade local.
Os Facilitadores utilizam Metodologias Ativas como a Problematização, nas ESFs, para estimularem a produção de Planos de Ação, com foco na “Política Nacional de Promoção à Saúde”.
Estudantes participam como membros das Equipes Interprofissionais nas Reuniões entre Trabalhadores da Saúde, nas ESFs, capturando as “Necessidades de Saúde” da população adscrita  ligado ao Território de Saúde.
Um dos Planos de Ação, criados pelos Acadêmicos, a partir das sugestões da Equipe, esteve voltado para se colocar em prática o Princípio da Intersetorialidade do SUS.
Os estudantes organizaram uma ação de “Educação em Saúde”, voltada à prevenção do câncer ginecológico, na “Campanha Outubro Rosa”, realizada no CRAS (Centro de Referência em Assistência Social), para mulheres cadastradas no “Bolsa Família”.
Após a “Roda de Conversa”, focada no “Acesso à Informação Confiável”, com mulheres residentes na área de abrangência da ESF, a Facilitadora utilizou o Arco de Maguerez, com os acadêmicos, para estimular “Reflexão na Ação”.
Foram criadas “Questões de Aprendizagem” pelos acadêmicos, voltadas para a “Intersetorialidade” entre os setores Saúde e Serviço Social. A “Intersetorialidade em Saúde” pode ser definida como uma coordenação entre os setores, ou como uma intervenção coordenada de algumas instituições, em ações destinadas a abordar um problema vinculado à saúde. A Facilitadora explicou que a Instersetorialidade também pode ser considerada como a articulação entre saberes e experiências no planejamento, realização e avaliação de ações para alcançar efeitos sinérgicos em situações complexas. Estudantes também consideraram que a intersetorialidade é um instrumento que pode ser utilizado para podermos efetivar as políticas públicas, no território da ESF, configurando-se como um desafio que necessita ser consolidado, contribuindo para a articulação e integração entre várias políticas setoriais. A Facilitadora explicou que a Intersetorialidade compreende um trabalho conjunto, realizado pelas Equipes do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), de maneira articulada e integrada. Essa ação contribui para a troca de saberes, proporcionando a busca de soluções, considerando os vários problemas trazidos pelo usuário dos dois Sistemas. Acadêmicos consideraram que a complexidade da realidade social deve ser considerada, nas abordagens das pessoas, com foco na “Ampliação da Clínica”, migrando do “Modelo Biomédico”, centrado na doença, para o “Biopsicossocial” centrado na pessoa. Os problemas trazidos pelos clientes não devem ser tratados de maneira fragmentada, por meio de ações desarticuladas, que acabam dificultando a inclusão social. Acadêmicos entenderam que o debate e a reflexão em torno da intersetorialidade é muito importante. Ela pode ser considerada como ferramenta e como um mecanismo de gestão, na medida em que contribui para a articulação e para a integração entre serviços, órgãos e instituições comprometidas para efetivar os direitos sociais.  A Facilitadora considerou que a construção e efetivação das Políticas Públicas não se faz sem a participação social, sendo ela um requisito essencial para legitimar as políticas sociais.  Estudantes consideraram que o Sistema Único da Assistência Social (SUAS), ao ser implantado, apostou em um modelo de gestão descentralizado e participativo. Esse modelo visa à integração entre as políticas setoriais com a finalidade de enfrentar a pobreza, garantir os mínimos direitos sociais, prover condições para atender às contingências sociais, com foco na universalização dos direitos sociais, de acordo com o Art. 2º, Parágrafo Único, da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). Os participantes consideraram como positiva a ação intersetorial realizada do território ligado à ESF. Entenderam também que a intersetorialidade apresenta alguns aspectos que precisam ser abordados entre as diferentes políticas setoriais. Dessa maneira, as ações desenvolvidas podem contribuir para a inclusão social, para o acesso e para a garantia de direitos Constitucionais dos Usuários SUS/SUAS.

Referência:
Os desafios da intersetorialidade no âmbito do SUAS.

Disponível em:
https://www.gesuas.com.br/blog/intersetorialidade-suas