Visita técnica em um serviço de saúde mental
Introdução :
O presente trabalho foi idealizado pelo Prof. Gilson Alves Pires, docente da disciplina Psicofarmacologia e, colocado em prática com colaboração da Faculdade de Tecnologia e Ciências –UniFTC, do Centro de Saúde Campo do América e dos graduandos do 6º e 7° semestre de Psicologia – Campus II. Tem como intuito a integração dos conhecimentos adquiridos em classe, pelos discentes (através das aulas teóricas e discussões em grupo), com a vivência dos pacientes, através de visita técnica a uma unidade que presta serviço de saúde mental a comunidade, com dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial. Tal prática de forma humanizada é de fundamental importância para a grade curricular e processo de aprendizagem dos discentes em psicologia por contextualizar o conteúdo apreendido nas aulas com a realidade no atendimento ao público nas unidades de saúde, possibilitando, também, a iniciativa científica, com a utilização de entrevista com os usuários, análise de dados, pesquisa de materiais, produção textual e formação de saber.
É importante que as(os) psicólogas(os) tenham ciência de quais são os psicofármacos, para quais sintomas são prescritos, quais as possíveis consequências da utilização destes, ou seja, seus efeitos colaterais, etc. Posto que, embora estes profissionais não receitem medicamentos, será necessário o entendimento acerca das reações medicamentosas no organismo dos seus clientes, já que podem influenciar em muito seus processos psicológicos básicos e comportamentos e, será o grande diferencial na análise e tratamento desses, a separação do que é provocado pelo remédio ou não. Logo, a visita técnica, juntamente com aulas tradicionais, ampliam o campo de estudo dos estudantes e contribuem para um aprimoramento destes futuros profissionais em formação, que, consequentemente, serão psicólogos mais capacitados para lidar com as demandas destes usuários que precisam utilizar de medicamentos e atendimento psicológico. Sendo assim, também resultará, a longo prazo, em um benefício a comunidade de modo geral.
CONTEXTUALIZAÇÃO DOS FÁRMACOS UTILIZADOS PELO PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL:
No dia 27 de novembro de 2019 , foi realizada visita técnica ao Centro de Saúde Campo do América, tendo como procedimento: o conhecimento do local; coleta de informações passadas pelo professor orientador sobre o funcionamento da unidade; coleta de dados relevantes a pesquisa, através de entrevista semiestruturada com alguns usuários do serviço de saúde do estabelecimento mencionado; interpretação dos dados; pesquisa; e produção de material impresso – relatório.
Dentre os entrevistados, o caso escolhido para análise foi de um paciente com diagnóstico de transtorno de personalidade borderline. O entrevistado foi um jovem com 24 anos de idade, que negou fazer/ter feito uso de álcool e/ou outras drogas, que estava sob uso de Paroscetina e Clonazepam. Ele relatou que, antes de fazer uso destes medicamentos, sofria com ansiedade, pânico, medo de morrer e, que até chegou a tentativa de suicídio. Mas que, após está em tratamento, passou por mudança na personalidade e euforia. Por fim, concluiu que houve melhora dos sintomas.
Caracterização do campo:
O Centro de Saúde Campo do América, está localizado na R. Manuel V. Santos, 376-Campo do América, Jequié-BA, funciona de 07:30 ás 17:00 horas. Tem uma estrutura ampla, é bem espaçoso, tem várias salas, é localizado em um bairro perto do centro da cidade, a porta de entrada é acessível, é arborizado, onde trabalham enfermeiros, médicos clinico geral, médicos especialistas, psicólogos, farmacêutico, agente comunitário de saúde, colaboradores de apoio, que atendem todo o território do campo do América.
Por patrinutri
Importante tema vc nos traz aqui Ian. A medicalização tem sido a maior forma de tratamento na área de saúde mental, deslizando, frequentemente, para o exagero e falta de acompanhamento, e ainda de usos desnecessários.
Outra terapêuticas não medicamentosas tem sido pouco utilizadas, seja por desvalorização, ou mesmo em nome de uma falsa praticidade, ou rapidez de eficiência. Este mundo contemporâneo tem se valido da máxima capitalista: há remédio pra tudo, ou também, saúde ou doença como objeto de consumo, com soluções mágicas.
Temos mesmo que estar atentos a estes excessos. Outro dia, nesta mesma rede, o colega Psiquiatra Marcelo Dias publicou um trabalho sobre desmedicalização, realizado com usuários de saúde mental com diagnóstico de esquizofrenia, bem interessante. Vc vai gostar de conhecer.
https://redehumanizasus.net/96429-roda-de-dialogo-intervencao-sobre-a-crise-psicotica-no-territorio/
Vamos conversando…
Abrasus