Evidências científicas e a qualidade de vida das trabalhadoras e dos trabalhadores
A qualidade de vida no trabalho (QVT) inseriu-se no contexto organizacional e tornou-se objeto de estudo na academia no início de 1950 pela abordagem sociotécnica, mas até agora as tendências e os desafios modernos do desenvolvimento da sociedade determinam o interesse contínuo pelo problema da QVT (Liliy, Julia, Elena, Oksana, & Anastasia, 2015).
O _workaholism_ é tipicamente descrito como um padrão crônico de alto investimento no trabalho, com jornadas de longas horas, excedendo as expectativas da organização, e como uma obsessão incontrolável pelo trabalho. As principais características de indivíduos workaholism são estar absorvido de forma intensa com o trabalho, com longas jornadas diárias, excesso de carga e ritmo acelerado de trabalho e desejo desenfreado por resultados. Esses fatores geram uma deturpação na relação indivíduo-organização e um comprometimento na qualidade de vida das pessoas, acarretando sérias consequências para a saúde.
O Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua a qualidade de vida como sendo a percepção que o indivíduo tem de sua própria condição de vida, dentro do seu próprio contexto de cultura e sistema de valores, considerando seus objetivos de vida, suas expectativas e suas preocupações. A qualidade de vida relacionada à saúde refere-se à percepção do indivíduo sobre a condição de sua vida diante da enfermidade e as consequências e os tratamentos referentes a ela, ou seja, como a doença afeta sua condição de vida útil. A medição dessa percepção é bastante subjetiva, por causa da dificuldade que o indivíduo tem de relacionar sua disfunção às múltiplas dimensões de sua vida.A maioria dos estudos destacou a dimensão compulsivadoworkaholism como responsável pela diminuição da qualidade de vida. As características individuais preditoras do aspecto compulsivo do fenômeno workaholism incluem o neuroticismo, o perfeccionismo,a absorção, a autoeficácia e, inversamente, as variáveis satisfação com a vida, estabilidade emocional, dedicação e nutrição. No que se refere às variáveis de personalidade, a estabilidade emocional se relaciona inversamente ao trabalho compulsivo. De acordo com Miranda (2009), sobre a motivação nas organizações, atuam alguns sistemas motivacionais. Tais sistemas podem ser entendidos como todos e quaisquer incentivos ou recompensas que o colaborador recebe para conseguir atingir um determinado objetivo laboral. Podem ser citados, para exemplificar esses incentivos, programas de estímulo,remuneração de acordo com os resultados, autogestão nos grupos de trabalho, enriquecimento do trabalho, dentre outros (BORTOLOZO, 2011).