Gastos com homeopatia no SUS são irrisórios, quando comparados às demais especialidades médicas
Nos últimos tempos, diversas matérias divulgadas na grande mídia e redes sociais criticam os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS, Brasil) com Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs), afirmando, de forma inverídica, que “bilhões de reais são gastos com práticas que não apresentam comprovação científica”, utilizando essa justificativa para propor a exclusão das mesmas do SUS.
Muitas dessas fake news são direcionadas à homeopatia por ignorância ou negação preconceituosa de seus fundamentos e as evidências científicas que os suportam, com o intuito explícito de denegrir uma especialidade médica reconhecida há décadas pela população e pelas entidades de classe brasileiras (Conselho Federal de Medicina, desde 1980, e Associação Médica Brasileira, desde 1990), de baixo custo, isenta de eventos adversos graves, que contribui à resolutividade clínica de muitas doenças crônicas e que vem conquistando seu lugar de direito na saúde pública e na educação médica mundiais.
No tocante à “comprovação científica da homeopatia”, vale ressaltar que centenas de evidências científicas fundamentam os pressupostos e a eficácia dessa especialidade médica e método de tratamento bissecular (minuciosamente detalhadas no Dossiê Especial “Evidências Científicas em Homeopatia”, publicado na Revista de Homeopatia da Associação Paulista de Homeopatia (APH) em 3 edições independentes: português online, inglês online e português impressa), as quais justificam a sua inclusão no SUS como terapêutica integrativa e complementar para diversas classes de enfermidades.
Assim como o referido dossiê cumpre o papel de desmistificar a falácia de que “não existem evidências científicas em homeopatia”, estudo da pesquisadora Islândia Maria Carvalho de Souza, especialista em gestão de sistemas de saúde, com mestrado e doutorado pela Escola Nacional de Saúde Pública Fiocruz, demonstrou que os gastos com todas as PICs no SUS, relacionados às despesas ambulatoriais e hospitalares, correspondem a 0,008% do total dessas despesas (ou seja, apenas R$ 2,6 milhões de um montante de R$ 33 bilhões), desmistificando a falácia de que “bilhões de reais são gastos com a homeopatia no SUS”, justificativa defendida por grupos de céticos dogmáticos para que essa especialidade médica seja retirada do SUS, privando milhares de pacientes de receberem alívio para seus pesares físicos e mentais:
De forma análoga, contrariando movimento semelhante na Alemanha, que solicitava o fim do reembolso para os medicamentos homeopáticos com a alegação de que “eram gastas quantias vultuosas do dinheiro dos contribuintes com esse benefício”, o Ministro da Saúde, Jens Spahn, afirmou em 17/09/19 que “sua pasta não pretende obrigar as seguradoras de saúde do país a parar com o subsídio de serviços homeopáticos”. Sem entrar no mérito da comprovação científica, justificou sua posição nos gastos irrisórios desse tipo de tratamento: “enquanto as operadoras de planos de saúde do país subsidiam por ano a compra de 40 bilhões de euros em medicações convencionais, o reembolso de tratamentos homeopáticos mal alcança 20 milhões de euros”, afirmou ele, ou seja, apenas 0,0005% dos gastos com medicamentos convencionais:
Ministro alemão se opõe ao fim de subsídios à homeopatia
Com essas evidências, perdem validade as premissas preconceituosas, dogmáticas e falaciosas contra a manutenção e ampliação do oferecimento da homeopatia no SUS.
Atenciosamente,