Atualmente vivemos em uma sociedade, que cada vez mais, se apresenta como imediata, seja nas relações do trabalho, da escola até mesmo entre amigos, o imediato vem ocupando seu lugar cada vez mais nos espaços de convivência humana. Procuramos respostas para ontem, sobre o sentido das coisas e tudo mais, essa pressão do imediatismo nos faz procurarmos escapes para manter nosso equilíbrio.
Esses escapes, podem ser denominados no senso comum, como terapias. Mas só procuramos as “terapias quando estamos doentes?” Por mais que observamos a palavra terapia presente no cuidado da doença já instalada, a mesma também pode ser usada em sua prevenção, das diferentes formas, trabalhando as habilidades e paixões de cada indivíduo.
Cantar, dançar, escrever, desenhar, plantar, caminhar e entre diversas ações, o homem encontra seu lugar no universo por alguns instantes. Falarei um pouco do plantar, ou melhor, da Terapia da Horticultura, na prevenção do estresse e da depressão, como também no seu tratamento.
Muito utilizada no cuidado da saúde com idosos, pessoas com transtornos mentais e dependentes químicos em tratamento. A terapia de Horticultura só traz benefícios a saúde humana. Vista como uma terapia, acessível a todos, a horticultura trabalha diversos aspectos tanto físico quanto mental na pessoa que a desenvolve. Influencia na criatividade, na independência do sujeito, favorecendo seu bem-estar. Mas a horticultura é bem mais ampla em suas atividades, não se prendendo somente ao “tratar”. Atua também na prevenção do Estresse da Ociosidade e da Depressão.
No Estresse, a horticultura, trabalha a calma e a ansiedade. Na ociosidade, visto o cuidado diário se torna indispensável a saúde da cultura ali cultivada, e na Depressão, com a criatividade e autonomia dos sujeitos. Seus benefícios são inúmeros, principalmente na saúde mental das pessoas. Plantar nem que seja salsinha ou uma cebolinha, para temperar aquele feijão, já vale. A horticultura traz muitos benefícios a saúde, como toda terapia, seus resultados não são de imediato, mas depois que você se entrega as atividades, é só alegria!
Bônus: Quer desenvolver a horticultura também? Antes de procurar uma assessoria técnica especializada, lhe indico “agrônomos” que irão lhe ajudar bastante, e você também irá ajuda-los. Sabe aquele idoso que você conhece, que cultiva aqueles temperos, aquelas ervas medicinais em casa? Vai lá trocar uma ideia com ele, não custa nada manter uma conversa saudável e animada pra rebater a solidão e aprender coisas novas, quem sabe ainda é sorteado com um cafezinho e um bolinho.
Christian Souza de Araújo – Acadêmico do curso de Bacharelado em Saúde Coletiva – UNIFESSPA
Por Eric Figueiredo
Grande Christian, bela postagem! Muito bom destacar a importância destas ações, em especial da Horticultura e Jardinagem na promoção da saúde. Pessoalmente, já ouvi relatos no lar São Vicente aqui de Marabá de como esta prática é importante principalmente para a autonomia, no que diz respeito a saúde. Também pude notar isso com minha avó e todo o cuidado, amor e dedicação que ela tem com sua horta, uma verdadeira “sanitarista de pés descalços”.
Gostaria de lhe fazer umas perguntas:
Recentemente o SUS incluiu novas terapias alternativas, visando principalmente a integralidade da atenção e a promoção da saúde, no entanto, recebeu diversas críticas, principalmente do Conselho Federal de Medicina, por acreditar que não há evidências científicas a respeito dos benefícios quanto dos malefícios destas práticas. Na sua visão, estas práticas baseadas em conhecimentos tradicionais devem ser submetidas a estas “avaliações de eficácia” ou elas devem se ater a outros indicadores a respeito dos benefícios e malefícios?
Outra pergunta, você enquanto futuro sanitarista, se imagina dedicando sua atuação a práticas voltadas ao cuidado?
AbraSUS companheiro!