Hospital Galileu previne sobre ansiedade e depressão durante o período de internação

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Unidade adota protocolo e atendimento psicológico aos usuários internados

 

 

Depressão, transtornos psicóticos, de humor, de personalidade, de ansiedade, alimentares ou mentais relacionados ao uso de álcool e de outras substâncias. Esses são alguns dos fatores psiquiátricos que podem levar uma pessoa a cometer suicídio. No entanto, a saúde em estado limitante, também pode contribuir para ideação suicida, sobretudo, quando o indivíduo está hospitalizado. É que condições como dor crônica, mudança de aparência, traumas, doenças neurológicas: epilepsias, parkinson, Huntington e trauma medular; tumores malignos, além de esclerose múltipla podem desencadear a vontade de tirar a sua própria vida.

Pensando em debater o tema de forma ampla, acessível e sem tabus, o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, neste mês, realiza ações para desmistificar e acolher pacientes e seus acompanhantes. Nas ações, os profissionais percorrem os leitos com mensagem de vida e otimismo aos usuários em tratamento de saúde. “Como hospital, temos a missão de acompanhar as campanhas nacionais e internacionais que debatem temas de saúde. E o Setembro Amarelo não poderia ser diferente. Neste mês dedicado ao combate ao suicídio, é necessário, ampliar o tema, para que os tabus sejam desfeitos e quem está passando por esse processo encontre a ajuda necessária para continuar sua vida. Uma das formas é a comunicação. Verbalizar o que sente e recorrer aos profissionais, amigos, família, que são, de fato, a rede de apoio e de cuidado necessários neste momento”, frisou a coordenadora de Humanização do HPEG, Anny Segóvia.

 

 

Grupos religiosos também fazem parte da campanha no Galileu. A estudante Jaize dos Santos, de 29 anos, está na unidade há pelo menos uma semana. Acometida por uma enfermidade na clavícula, ela veio do distrito de Mosqueiro para fazer tratamento no HPEG. “Achei muito legal a ação e a mensagem que foi passada. Esse tipo de ajuda é bom para o corpo e para a mente”, observou. Após sofrer um acidente de trânsito, a professora Evilyn Rabelo, 25 anos, passou por diversos procedimentos cirúrgicos em sua cidade natal, Vigia de Nazaré. Com indicação para uma cirurgia no braço, ela foi transferida para o Galileu. No seu primeiro dia na unidade, ela participou das ações do Setembro Amarelo. “Já operei o fêmur, e estava em outro hospital. Quem passa muito tempo internada, se sente solitária, fica com saudade de casa, da família e, por isso, precisamos desse apoio, dessa força para continuar lutando e enfrentando as batalhas”, disse.

Referência

Referência na Rede Estadual do Pará em atendimentos de traumas ortopédicos, a unidade atua como retaguarda para pacientes que necessitam de tratamento especializado em traumatologia, com a maior incidência de acidentes de trânsito, contabilizando cerca de 80% dos casos. Devido ao seu perfil, no HPEG é comum encontrar pessoas que adquiriram mudanças físicas e dificuldades de locomoção e fala provocadas pelos traumas.

 

 

A psicóloga Rayara Lopes explica que é recorrente os pacientes com pós-cirúrgicos, ou com o uso de fixadores externos apresentarem repercussões emocionais relacionados com a mudança de aparência. “Esses fatores mexem com a autoestima, principalmente, as mulheres, sobre a questão de vestir roupas. Dessa forma, a psicologia atua para que esses pacientes aceitem esse momento, o aparelho. O auxílio psicológico entra como uma estratégia chave para lidar com esse sofrimento, mudança de rotina e na aparência desse paciente”, frisou.

O serviço abrange além de serviços médicos, uma equipe multiprofissional que atua no acompanhamento da internação desde a entrada até a alta hospitalar. A unidade, dessa forma, também mante um protocolo de suicídio, documento que explica desde as condutas a serem aplicadas pelos profissionais até mesmo as causas e os sinais comportamentais que indicam a ideação.

“O protocolo cria ações que minimizem o risco de suicídio no ambiente hospitalar. O paciente que apresenta risco de suicídio necessita de um atendimento e acompanhamento que contemple as especificidades do seu caso. Nesse sentido, as ações de proteção contemplam o envolvimento de equipe multiprofissional, indo de atendimentos individualizados a até abordagem clínico/medicamentosa, se necessário. Os sinais e sintomas sugestivos de risco de suicídio partem das equipes médicas e de enfermagem, sendo observados durante o período de internação”, detalhou Paula Jaredde, gerente assistencial do Galileu.

Por meio de contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), o hospital é gerenciado pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia- ISSAA, organização social genuinamente paraense que tem como missão, a promoção da assistência à saúde pública, através de uma gestão inovadora, responsável e transparente, executando políticas de humanização e auxiliando na sistemática das relações sociais do Estado do Pará.

Texto de Roberta Paraense