Hospital Galileu promove orientações sobre segurança no trânsito para pacientes

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Referência em traumatologia, unidade pública atende cerca de 80% de pacientes vítimas de acidentes viários na Grande Belém

 

 

Um acidente envolvendo uma motocicleta e um carro vai marcar para sempre a vida de Antônio Floreliza, de 44 anos. O autônomo teve a rotina totalmente alterada há mais de um mês. Ele precisou parar tudo o que fazia para ficar sob cuidados médicos. Já passando pela segunda unidade de saúde do governo do Pará, Antônio, agora, está internado no Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém. Ele aguarda uma cirurgia na perna esquerda. “Estou sendo bem atendido, já coloquei os pinos e só espero o procedimento que será feito na próxima semana”, contou o paciente.

Assim como Antônio Floreliza, 15.117 pessoas foram internadas, no ano de 2023 no Pará, após um acidente de trânsito. Desses, 11.328 foram homens. Os dados são do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Ministério da Saúde. Diante deste contexto, nesta terça-feira (21), pacientes e acompanhantes do Hospital Galileu, participaram de uma ação que mantém como principal objetivo, alertar sobre os riscos à vida nos acidentes de trânsito.

“O HPEG é referência no Estado do Pará em traumatologia. A maior parte dos nossos pacientes são vítimas de acidentes nas vias terrestres, e sobretudo, envolvendo as motocicletas. O Maio Amarelo é um reforço para a conscientização de motoristas e de pedestres. É necessário redobrar a atenção, procurar sempre manter a tranquilidade e a empatia para termos o mínimo de segurança no trânsito. Nesta ação, abordamos o assunto. Além dos especialistas, que falam do tema, ouvimos as pessoas que foram vítimas e as consequências negativas que esses acidentes trouxeram para elas, e às suas famílias”, alertou Anny Segóvia, coordenadora de Humanização do Galileu.

 

Prevenção

O odontólogo Andrei Porpino Lemos, técnico da Coordenação da Saúde do Homem da Secretária de Estado de Saúde Pública (Sespa) destacou que a orientação é um dos caminhos para a conscientização. “As principais vítimas e também causadores são os homens. No Pará os acidentes de trânsito estão entre as principais causas de internação e de óbito do público masculino. No entanto, a recomendação, é se manter sempre atento:  obedecer às leis de trânsito; não consumir bebidas alcoólicas ao dirigir. Além disso, evitar o uso de aparelho de celular para não se distrair e manter seus exames de rotinas atualizados. O motorista precisa se prevenir, ele pode ser diabético, hipertenso, e pode ter, por exemplo, um AVC no trânsito”, destacou o profissional.

Em relação às faixas etárias mais expostas a acidentes, estiveram pessoas entre 20 e 29 anos, seguidas pelas que têm entre 30 e 39 anos e entre 40 e 49 anos. Nos três primeiros meses deste ano, os dados indicam que a tendência permanece: já foram 3.737 internações no Pará por acidentes de transporte, sendo 2.768 de homens e 969 mulheres – a maioria compreendendo entre 20 e 29 anos de idade.

A manicure Kérina de Souza, de 28 anos, está hospitalizada desde o dia 6 de maio. Ela caiu de moto e quebrou o braço. No momento, estava chovendo e seus óculos ficaram embaçados. “Com a visão prejudicada, não vi um buraco e cai.  Precisei fazer uma cirurgia, e estou aguardando aqui para fazer outra. Estou sendo bem tratada. Achei muito interessante essa conversa sobre o trânsito, pois vemos muita imprudência, e também se tornou um espaço para as pessoas falarem o que aconteceu”, observou.

Consequências: São inúmeros os exemplos das consequências que a violência no trânsito causa à saúde. A diretora executiva do Hospital, Liliam Gomes, destaca que os acidentes de trânsito podem causar sequelas físicas e psicológicas em homens e mulheres. “São vários casos que vemos de pessoas que ficam com deficiências físicas, com dores crônicas, dificuldades de locomoção ou com a necessidade de usar muletas ou cadeira de rodas. Além disso, elas também podem ter estresse pós-traumático. É necessário que todos nós entendamos a responsabilidade e o papel que temos para seguir com um trânsito seguro”, pontuou a gestora.

Serviços: 

Referência na Rede Estadual do Pará em atendimentos de traumas ortopédicos, o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Região Metropolitana de Belém (RMB), atende, ainda, há oito especialidades médicas e não médicas, incluindo, a urologista, cardiologia, a cirurgia de reconstrução e alongamento ósseo, clínica médica, ultrassonografia, endoscopia, a psicologia e a fisioterapia, que auxilia na reabilitação dinâmica fora dos moldes tradicionais, com a Gameterapia, através de recursos tecnológicos como jogos de videogame. A unidade retaguarda é gerenciada pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA).