HOSPITAL REGIONAL DE SÃO MIGUEL DO OESTE REALIZA QUATRO PROCEDIMENTOS DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS EM 2019
O ano de 2019 foi marcado pelo aumento no número de notificações e autorizações para doação de órgãos no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso – Instituto Santé, em São Miguel do Oeste. Foram quatro procedimentos autorizados, sendo três de captação de múltiplos órgãos posterior a confirmação de Morte Encefálica (ME) e um procedimento de captação de córneas isolada: fato este, inédito na unidade. Ao todo, o Hospital realizou 20 notificações para o SC Transplantes, ou seja, 14 a mais que em 2018.
A enfermeira e coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Andreia Fiorini, lembra que as doações possibilitaram a melhora na qualidade de vida de dezenas de pessoas que aguardavam por um transplante.
Doação de córneas
A enfermeira Andreia explica a possibilidade de doação de córneas em caso de morte do indivíduo por outras causas que não a Morte Encefálica. Em 2019, este procedimento foi realizado pela primeira vez no Hospital Regional de São Miguel do Oeste com o apoio do médico oftalmologista, Dr. Mário Márcio Tabox e coordenação da Comissão Hospitalar de Transplantes (CHT). “A doação de córneas já é uma prática no Hospital em caso de confirmação de ME. Neste caso específico, as córneas foram encaminhadas ao Banco de Olhos de Chapecó, e o procedimento foi realizado pela equipe HRTGB, sem necessidade de deslocamento dos profissionais do SC Transplantes”, afirma.
Evolução
Em junho de 2019, o HRTGB foi inserido no Programa de Garantia da Qualidade no Processo de Doação do SC Transplantes. “Isso reforça a segurança de todo o processo de diagnóstico de ME que é complexo e exige a realização de vários exames clínicos e de imagem”, comenta a enfermeira Andreia.
A evolução no processo, mantendo a qualidade e segurança, já são percebidas. Em 2018, foram apenas 6 notificações. Em 2019, subiu para 20. Comparado aos anos anteriores, desde 2012, quando foi realizado o primeiro procedimento no Hospital Regional de São Miguel do Oeste, o ano passado foi superior em número de notificações e captações de órgãos.
Em sete anos de trabalho, a Comissão Hospitalar de Transplantes (CHT) realizou 68 notificações, com um total de 14 doações.
Sobre a CHT
A Comissão Hospitalar de Transplantes (CHT) representa a base de todo esse processo. Formada por uma equipe multiprofissional da área de saúde, tem a finalidade de organizar, no âmbito da instituição, as rotinas e protocolos que possibilitem o processo de diagnóstico de Morte Encefálica, bem como o acolhimento aos familiares envolvidos.
A presidente da CHT, a médica nefrologista e diretora técnica, Katia Bugs, explica que a ME consiste na perda total e irreversível das funções cerebrais. “O diagnóstico é confiável e segue critérios específicos regulamentados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)”, afirma.
A entrevista familiar é uma das etapas no processo de doação e é feita pela equipe multidisciplinar que inclui psicólogo e assistente social. “Neste momento é ofertada a possibilidade de ser doador. Nem toda a pessoa que deseja ser doadora de órgãos, poderá doar. É importante ressaltar que o desejo de ser, ou não, doador deve ser informado aos familiares, pois são eles que autorizam a doação de órgãos em casos de confirmação de Morte Encefálica, enfatiza a médica