INTRODUÇÃO: A humanização na enfermagem transcende as práticas técnicas, colocando o paciente no centro do cuidado. Essa abordagem se concentra na promoção da dignidade, empatia e respeito à individualidade do paciente, reconhecendo suas necessidades físicas, emocionais, sociais e culturais em sua integralidade. O processo de humanização é central para os profissionais de saúde, pois repensa os valores éticos envolvidos no cuidar, apontando para a prática da sensibilidade e da solidariedade humana.(GALVÃO, 2025).
A Política Nacional de Humanização (PNH) lançada em 2003 foi elaborada visando colocar em prática os princípios do Sistema Único de Saúde-SUS, a fim de produzir mudanças nos modos de gerir e cuidar dos serviços de saúde.(BRASIL, 2003). Ao fomentar o cuidado integral e contínuo, a humanização atua diretamente na promoção da saúde mental, buscando o bem-estar biopsicossocial e resguardando a integridade física e psíquica do indivíduo. Outrossim, os vínculos construídos no contexto humanizado possibilitam a organização de ações de qualidade na prevenção, promoção e recuperação da saúde, além de reforçar o entendimento do usuário como cidadão autônomo e protagonista desse processo buscando então promover uma melhor qualidade de vida (SANTOS et al., 2018). Nesse contexto, este trabalho relata a experiência da aplicação de práticas humanizadas que foram feitas pelos discentes da Universidade Federal Fluminense com pacientes internados.
OBJETIVO: Descrever/ Relatar práticas de cuidado humanizado e analisar seus efeitos na promoção da saúde mental de pacientes internados nas enfermarias mista, masculina e feminina do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), por acadêmicos de enfermagem da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Descrição das Ações Desenvolvidas (Metodologia): O estudo foi realizado durante o ensino teórico-prático da disciplina de Enfermagem em Saúde Mental I. As visitas ocorreram nos dias 20/04 e 05/05 de 2025, nas enfermarias da clínica médica mista, masculina e feminina do HUAP.
As intervenções beira-leito focaram na promoção da saúde mental e envolveram: escuta ativa para acolhimento e expressão emocional; utilização de cartas com mensagens motivacionais; e uso de instrumento musical, no qual os pacientes escolhiam e cantavam as músicas de sua preferência. Os pacientes só participavam das atividades após consentimento verbal, reforçando sua autonomia.


Imagem 1 e 2 :Estudantes de Enfermagem da Universidade Federal Fluminense, realizando a prática de humanização no Hospital Universitário Antônio Pedro
RESULTADOS: Observou-se que, apesar da resistência inicial de alguns pacientes, houve adesão progressiva às atividades à medida que presenciaram a participação dos demais. Familiares relataram melhora significativa no estado emocional dos pacientes. Foi possível constatar mudanças perceptíveis e positivas no humor dos pacientes antes, durante e após as práticas. Os pacientes relataram terem se sentido valorizados e cuidados, evidenciando o impacto positivo dessas intervenções na criação de um ambiente hospitalar mais acolhedor e humanizado, alinhado aos princípios da PNH. As intervenções realizadas foram capazes de estabelecer um vínculo efetivo entre o profissional e o paciente, gerando conforto no ambiente hospitalar.
CONCLUSÃO: Portanto, a partir das interações paciente-profissional com a escuta ativa e a música de preferência dos pacientes, aconteceu um atendimento humanizado e terapêutico, pelo fato de essas intervenções terem sido embasadas na PNH, o que permitiu a realização da meta de promoção da saúde mental das pessoas internadas naquele contexto.
Mostra HumanizaRIO
Referências Bibliográficas:
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização – HumanizaSUS. Brasília, DF: Ministério da Saúde, [2025]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/humanizasus. Acesso em: 25 set. 2025.
GALVÃO, Roberta das Graças Bezerra. Enfermagem humanizada: impactos no cuidado ao paciente e sua relevância no contexto social da saúde. Studies in Health Sciences, Curitiba, v. 6, n. 1, p. 1-18, 2025. DOI: https://doi.org/10.54022/shsv6n1-014.
LIMA, L. F. A. G.; SOUZA, C. M. Humanização na assistência de enfermagem dos serviços de saúde. Revista Faculdade do Tapajós, Santarém, v. 29, n. 140, p. 17-29, nov. 2024.
SANTOS, Aline Brauna dos; SILVA, Grayceane Gomes da; PEREIRA, Maria Erica Ribeiro; BRITO, Roberta Sampaio de. Saúde mental, humanização e direitos humanos. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, Florianópolis, v. 10, n. 25, p. 1-19, 2018.
AUTORES:
Autor 1: Maria Luiza Cavalcanti Marques Gall Otero, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: ma********@id.br
Autor 2: Marcelo Marques Cerri, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: ma**********@id.br
Autor 1: Giovanna Augusto de Lima, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: gi***********@id.br
Autor 2: Elaine Antunes Cortez, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: na********@ho*****.com