O SUS acolhe uma diversidade de experiências que se moldam a partir de aspectos culturais existentes no território brasileiro. Assim você irá conhecer mais um pedacinho deste Brasil plural através da experiência de Borba, Amazonas. Uma UBS Fluvial que promove atendimento dentro do barco no Rio Madeira em comunidades indígenas em Borba (AM).
No documentário Igaraçu Canoa Grande a humanização se faz não só no respeito a diferenças culturais, como no favorecimento do acesso aos serviços de saúde e em especial na interação e vínculo desta equipe de saúde em espaços nada convencionais existentes nesta parte do Brasil.
Pela iniciativa da enfermeira Valdelanda de Paula Alves, coordenadora do serviço, que inscreveu a experiência no concurso cultural de humanização sob o título: Atendimento à população ribeirinha no município de Borba-Unidade Básica de Saúde Fluvial Igaraçu, buscando enfatizar especialmente o acolhimento e a defesa dos direitos dos usuários, o vídeo mostra esta realidade muitas vezes desconhecida para a maior parte dos brasileiros.
Ela nos conta que desde 2007 os atendimentos eram realizados de modo improvisado em escolas e espaços de convivência social destas populações ribeirinhas e que a partir da aquisição desta Unidade Fluvial não só os usuários ganharam em privacidade e atendimento de qualidade, como os profissionais de saúde passaram a ter espaços de conforto e lazer. Como consequência da melhoria de estrutura houve um aumento da quantidade de atendimentos, sem contar a qualidade da assistência incluindo uma equipe mais multiprofissional a serviço da população.
Na ocasião da inscrição do vídeo, diversos comentários de incentivo à equipe foram publicados na Rede Humanizasus:
“A conquista da Unidade Básica de Saúde Fluvial para a população ribeirinha, mostra que a realidade amazônica precisava de um olhar diferenciado, em virtude de suas peculiaridades geográficas. O olhar diferenciado para o diferente FAZ PARTE DO SUS QUE DA CERTO!” (Valdelanda Alves)
“Lindo trabalho que vem sendo realizado pela equipe da Unidade Básica de Saúde Fluvial Igaraçu, as populações tradicionais no Brasil precisam ser vistas com olhar diferenciado respeitando a equidade, buscando meios para que os mesmos não sejam devastados culturalmente, e que o serviço de saúde, e/ou os trabalhos oferecidos respeite seus costumes. Outro ponto de relevância é a logística para que as atividades sejam realizadas pela equipe, na imensidão da floresta amazônica com é o caso da referida equipe que passam 20 dias em área, longe de seus familiares, sem comunicação, confinados, mas, comprometidos, motivados e realizando atendimentos de qualidade a uma população” (Francisco de Assis Padilha Barbosa).
“O aperfeiçoamento do SUS é uma tarefa diária, mas há um detalhe neste vídeo que é atender uma área muito difícil e que estava esquecida, são pessoas que moram em uma região que tem muitas dificuldades entre elas de logística médica e condições mínimas de atendimento ao cidadão (ã). Espero que não fiquem somente em uma unidade básica fluvial e sim que se amplie de forma a termos mais consultas e com isso a prevenção. E Parabéns!!! A todos os profissionais da saúde que trabalham com uma diversidade tão abrangente e que somente pessoas muito especiais trabalham fora das grandes metrópoles ou cidades com mais estrutura” (Nilza Haydar – cidadã e colaboradora voluntária)
O documentário foi dirigido por Fabio Bardella:
É diretor e fotógrafo audiovisual. Tem o trabalho voltado para a construção e novas possibilidades na linguagem e estética documental. Dirigiu os longas “Através”(2015), “Osvaldão”(2014) e os curtas ” Estação Bahia”(2012) e “Armazém do Limoeiro”(2017). Como fotógrafo assina as séries “História da Alimentação no Brasil”(2017) e “Ocupações”(2018), entre outros projetos.
Por Raquel Torres Gurgel
Que vídeo lindo!