A Secretaria de Estado de Saúde do Piauí-SESAPI dá mais um passo a frente na garantia dos direitos das travestis e transexuais, com a autorização da instalação de ambulatório para esses usuários, que historicamente tem sido deixados à margem da sociedade. Estudos tem mostrado que o Piauí é o Estado com maior índice de intolerância com essa população no país.
O início do atendimento está previsto para este semestre e deve ser porta aberta, sem necessariamente ser referenciado pela Atenção Básica.
Veja a matéria na íntegra publicada no Portal da SESAPI pelo Albano Amorim!
Imagem de James Almeida
Autorizada a instalação de ambulatório para atendimento às travestis e transexuais
O secretário de estado da saúde, Florentino Neto, recebeu na manhã desta quarta-feira, 24, representantes do movimento social de defesa dos direitos das travestis e transexuais no Piauí e acolheu a reivindicação autorizando a instalação de ambulatório de consulta especializada para atendimento a esse público. O novo serviço deve funcionar no Ambulatório Azul do Hospital Getúlio Vargas com uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos, psicólogos, enfermeiros e todo serviço de apoio.
Para Gilvano Quadros, coordenador de Equidade da Sesapi, a decisão do secretário é uma resposta positiva a uma reivindicação histórica e de grande importância para o atendimento de um público que sofre discriminação na busca pelo serviço de saúde. “O projeto já estava bem encaminhado, mas diante da crise de financiamento da saúde, o próprio Ministério da Saúde não tem sinalizado para esse financiamento. Agora, com essa autorização, o serviço funcionará o mais breve possível”, afirma.
Maria Laura dos Reis, conselheira Estadual de Saúde e representante do movimento social, avalia como uma grande vitória o funcionamento de um ambulatório. Ela acredita que além de fazer valer direitos tão importantes para as travestis e transexuais no Piauí, o novo serviço evitará a automedicação, que tem sido recorrente nestes casos. “As pessoas não sabem, mas para gente está se identificando com um gênero oposto ao nosso, passamos por muitos processos. Por exemplo, a questão da hormonoterapia, o acolhimento psicológico e todo um atendimento multidisciplinar. Então este serviço é de grande valia porque a gente vai ter um acompanhamento médico que até então a gente não tem, a gente faz esses procedimentos, nós mesmos, se automedicando e dessa forma trazendo complicadores pra nossa saúde”, avalia.
A diretoria de Organização Hospitalar está responsável pela formatação da equipe que atuará no ambulatório e apresentar a planilha de custeio mensal para manutenção do serviço. A abertura do ambulatório está prevista ainda para este semestre e deve ser porta aberta para atendimento, sem necessariamente ser referenciado pela Atenção Básica.
Por Albano Amorim
Assessoria de Comunicação SESAPI