A sociedade encontra-se emocionalmente doente, questionadora e sem alicerces, somos incapazes de saber lidar com as emoções. Salovey, aptidões essenciais na inteligência emocional:
Conhecimento das próprias emoções; saber lidar com as emoções; capacidade de motivar-se; não basta reconhecer suas próprias emoções, mas também reconhecer as emoções nos outros; saber lidar com relacionamentos.
Situações como essas não vem sendo observadas em muitas atitudes de muitas pessoas em nosso dia a dia, a educação do trato com o outro está desconstruída, apresentando dificuldades de lidar com as emoções mínimas que são situações do cotidiano da vida humana e assim, se distanciando do mundo da realidade das ações e contradições da natureza humana.
A evolução da afetividade é expressa por meio da postura, das atividades e do comportamento. A criança, se desenvolve no espaço afetivo a partir das relações que estabelece com as pessoas que as cercam vão reconhecendo-se a si, mesmas e ocupando um espaço, e essas experiências formam um constructor de identidade de relação de experiência que vem mesmo das impressões e memórias intrauterina entre: criança, família, escola e o sociedade.
Cada ato do ser humano, testemunha uma manifestação conjunta de suas funções intelectuais, afetivas e motoras, e a partir daí, o corpo assume sua dimensão fundamental no relacionamento entre homem e meio ambiente.
A motricidade, a afetividade e a inteligência estão interligadas, fazendo com que as emoções sejam espelhadas pelo corpo num sistema de sensação, percepção, conexões neuronais, hormonais e ação, e uma criança que possui transtornos de qualquer origem, terá um déficit de esquema integro, o que gerará a necessidade de procurar um profissional especializado para prover a saúde global, ou o melhor em qualidade de vida, considerando que o quanto antes ocorre a intervenção melhores são as probabilidades de desenvolvimento satisfatório.
Sentimentos como: agressividade, ansiedade, estresse, auto-estima baixa, medo, timidez, comportamento desafiador, falta de empatia, pode ser reflexo de uma insegurança muitas vezes criadas e recriadas pelo meio, manipulação cultural pelas mídias estando essas ocupando o lugar dos pais, ideologias disformes que educam na despersonalização da criança, materialismo exacerbado o ter ocupa o lugar do ser, são influencias que deseducam o ser e corrompem o desenvolvimento do caráter . E o controle das emoções tem origem muitas vezes nas experiências positivas e negativas vividas durante a infância, pois as frustrações, o limite estabelecido em uma experiência vivida e outra é que indica a saúde emocional. Sem limites e disciplinas claras e constantes o desenvolvimento emocional humano apresentará destoantes sociais.
Diante dos conceitos propagados como valores na sociedade atual, muitas crianças ficam abaladas emocionalmente e seus pais não sabem como ocupar o papel de pais, pois entre essas mudanças o papel de pais se desconstruiu. É de extrema importância que os adultos reconstruam suas relações mais serenas e laços de afetividades mais sólidos, com harmonia e papel definido com as crianças; estimulando assim uma educação com base em respeito, solidariedade, força interior para superar frustrações, aceitação e motivação para ser reconstrutores de si mesmos.
É muito importante que a sociedade faça uso de ferramentas como as técnicas de respiração, meditação, caminhadas, atividades ao ar livre, atividades artísticas artesanais, essas atividades motoras promove controle de ansiedade e auto-regulação emocional.
Sugestão de leitura para família.
Bibliografia
AUCOUTURIER, B.; DARRAULT, I. & EMPINET, J. L. A prática psicomotora – reeducação e terapia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.
BOULCH, L. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento até os 6 Anos – a psicocinética na idade pré-escolar. Porto Alegre: Artmed, 2001.
CABRAL, S. V. Psicomotricidade relacional – prática clínica e escolar. Rio de Janeiro: Ed. Revinter, 2001.
FONSECA, VITOR DA. Psicomotricidade e neuropsicologia: uma abordagem evolucionista. Rio de Janeiro:
WAK, 2010.
GERMER, C. K.; SIEGEL, R. D.; FULTON, P. R. Mindfulness e psicoterapia. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.