Em tempos de pandemia
Desse tal coronavírus
Entre a vida e a economia
Uma reflexão sugiro
Economia sem vida vale o quê?
Vale ir pra rua e trabalhar pra morrer?
Hoje a melhor economia é o ar que eu respiro!
Ficar em casa tem seu valor
Ou mais! Podemos afirmar
Atitudes de cuidado e amor
Pois quem ama não quer só remediar
A palavra primeira e última é da ciência
É com ciência que Deus proteje age e pensa
É cega a fé que teima em não se cuidar
Os donos do capital
Protegidos em mansões
Esbravejam que o Isolamento social
Reprime seus lucros em milhões
Pra eles importa a produção
Essa tal economia ver cifrão
Cuidar da saúde econômica: da nossa não
Só de uma forma racional
Podemos compreender
Que vida e economia são um leito natural
Desde que o fator ter não aniquile o SER
Mas o tal neoliberalismo
De mãos dadas com o fascismo
Promove o acúmulo do ter
A desigualdade é um vírus
Que em escala mata milhões
O ecossistema em suspiro
Tem enfisema nos pulmões
A economia do horror no seu furor estremece
E o capitalismo em queda desaquece
Mas os poderosos acumulam seus trilhões
São bilhões de seres humanos
Abaixo da linha de pobreza
Mas o vírus é soberano
E com certa sutileza
Demonstra que a classe social
Não é critério natural
Pra lançar sua impureza
No ocidente atacou primeiro os ricos
Foi isso que gerou preocupação
Cenário por demais atípico
Que causou grande apreensão
Pela Europa já se espalhou
No Reino Unido se instalou
A “gripezinha” é um furacão
Os Estados Unidos desdenharam
A Alemanha agiu prudente
Itália e Espanha descuidaram
E a morte levou muita gente
O Trump deixou de pilhéria
O Bolsonaro por aqui vocifera
No seu ódio e furor demente
A saúde privada não dá conta
Mas a saúde pública enfrenta
E no Brasil outra tormenta
O presidente barata tonta
O SUS é a nossa Estrela Guia
O povo da saúde-luz na travessia
Eis a nossa economia de ponta!
Talvez para o capital o vírus esteja a dizer:
O Estado Mínimo não garante a vida
O mercado da fé vende a cura sem ter
O charlatanismo torna a fé combalida
O consumo da fé de mercado proliferando
Falsos profetas o dízimo acumulando
A ciência religiosa distorcida
A vida é o nosso bem sagrado
A paz é nossa busca valiosa
Sobreviver é o limite demarcado
Que o mercado ver como coisa dispendiosa
Almas caridosas anunciam demissões
Jogam o trabalhador na cova dos leões
Mas existem exceções laboriosas
Das ajudas sociais há quem discorda
Ah isso é coisa pra acomodar preguiçoso!
Garantia de direitos há quem não concorda
Ah isso é socialismo ardiloso!
Beneficência gera pauta positiva
É tipo jejuar e fazer divulgação massiva
Ser solidário é algo bem mais grandioso!
Neste mundo desigual
Tem coração generoso
Uma economia da solidariedade real
Promove um bem valioso
Mas tem “pilantropia” a espreita
Tem fascismo nesta receita
Se apresentando caridoso
Para concluir meus versos
Sobre vida e economia
Eu digo e não tergiverso
Que venham melhores dias
A vida é valor fundamental
Os valores humanos a lei principal
Que uma economia criativa anuncia
O vírus benigno da transformação
Contagie nosso planeta
De cada casa a participação
Aja virtuosamente como plaquetas
E fortaleça nosso organismo
Com as células tronco do idealismo
Dadivosa transmissão nos aqueça
E para além da bolsa de mercadorias e futuro
O futuro da humanidade
O presente mais seguro
Com democracia e liberdade
Novo processo civilizatório aconteça
Que a amorosidade nos fortaleça
Novo ciclo e portal de uma nova sociedade!
#educadorpoetaelias