Sou Leila Amorim de Ceita, estudantes do Internato em Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), e tive a oportunidade de participar das atividades do CAPS Casa Verde no o estágio de Psiquiatria.
Durante o tempo que passei no CAPs Casa Verde, posso dizer que foi uma experiência totalmente diferente da rotina da prática médica tradicional. A abordagem é mais humanizada e focada na reabilitação social dos usuários, buscando contribuir para que eles possam ter um lugar na sociedade, visando sua autonomia e direito de escolha.
Esse trabalho envolve uma equipe interdisciplinar e multiprofissional da área da saúde, composta por psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, médicos psiquiatras, entre outros profissionais capacitados e preparados. Juntos, eles seguem um cronograma semanal que auxilia no desenvolvimento social dos usuários, esclarecendo e compreendendo as atividades do cotidiano, além de incentivar a busca por informações e aprendizagem. Isso é realizado por meio de rodas de conversa, que funcionam como um espaço de fala para os usuários, permitindo uma comunicação mais sólida, dinâmica e reeducativa.
Atividades como oficinas, que incluem feiras artesanais e oficinas de panificação, servem não apenas como espaços de aprendizado, mas também como meios de venda dos produtos feitos pelos próprios usuários. Além disso, são realizadas rodas de conversa sobre ISTs, que são fundamentais para reforçar a importância do cuidado individual, independentemente da condição do usuário, com o objetivo de promover a proteção pessoal. Outras atividades incluem a orientação sobre organização financeira, focada em explicar e incentivar a gestão e a independência dos usuários, proporcionando-lhes oportunidades de autonomia.
Por Jônatan Silva
Opa, me chamo Jônatan , estou no internato do curso de medicina e assim como a Leila, tive a incrível oportunidade de vivenciar experiências enriquecedoras no CAPS Casa Verde durante o meu estágio em Psiquiatria.
O tempo que passei no CAPS Casa Verde foi transformador. A abordagem adotada no CAPS, voltada para a reabilitação social e humanização do atendimento, abriu meus olhos para a importância de tratar cada usuário como um ser humano completo, com direitos e potencialidades. Diferente da rotina médica tradicional, lá o foco está na autonomia e no direito de escolha dos usuários.
Eu tive a sorte de participar ativamente de várias atividades, mas algumas marcaram profundamente minha experiência. A participação em grupos de dança, por exemplo, me mostrou o poder terapêutico da arte e do movimento, além de proporcionar momentos de descontração e alegria. Trabalhar com bijuterias também foi uma experiência incrível; ver os usuários se dedicando à criação de peças únicas e expressando sua criatividade foi inspirador.
Uma das atividades mais impactantes foi a produção e venda de pães caseiros, principalmente por causa da economia solidária que é promovida através dessas oficinas de panificação e não só ensina habilidades práticas, mas também oferece uma fonte de renda e promove a autoconfiança dos usuários. É gratificante ver como essas iniciativas contribuem para a inclusão social e para a valorização do trabalho realizado por eles.
Essas experiências no CAPS Casa Verde me mostraram o quanto é crucial adotar uma abordagem humanizada e integrativa na saúde mental. Ver de perto o impacto positivo que essas atividades têm na vida dos usuários reforçou meu compromisso com uma prática médica mais empática e centrada no paciente.
Agradeço imensamente a toda equipe do CAPS Casa Verde pela oportunidade e pelo aprendizado. Sem dúvida, essa vivência transformou não só minha visão profissional, mas também pessoal, ressaltando a importância da inclusão, do respeito e da autonomia para todos os indivíduos.
Estou muito grato por essa experiência e levo comigo lições valiosas que, certamente, irão moldar minha futura prática médica.