No meio do caminho há criminalização

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Olá, somos estudantes da Faculdade Integrada de Santa Maria – FISMA, e aqui, quando trago um pensamento no plural, falo de minha colega Gabriela Oliveira e eu, que em paralelo aos conteúdos que vimos na disciplina de ‘introdução à psicologia da saúde’ paramos para pensar um pouco na atenção que o SUS tem com as questões de aborto. Sabemos que é um assunto que envolve aspectos de cunho moral e religioso, sendo objeto de forte sanção social e ainda que existam contextos de ilegalidade como no Brasil, não quer dizer que não exista um cenário no nosso país, pelo contrário, internações para tratamento de complicações e eventuais sequelas pós-aborto têm implicado gastos elevados para o setor da saúde.

Mulheres da camada populacional que dependem deste sistema têm pouca informação, poucos métodos disponíveis ou problemas de acesso aos contraceptivos. Não vamos entrar no assunto que disserta os motivos para uma mulher abortar, aqui faremos a reflexão de que o aborto configura-se em um problema de saúde pública que carrega uma história polêmica por causa da política do país e a forma de responsabilização individual é bizarra, pois desconhece todo o contexto das mulheres brasileiras. Além disso, associado ao preconceito que o Brasil carrega sobre a questão do aborto, muitas mulheres ao procurar ajuda no Sistema Único de Saúde não relatam a prática do aborto e acabam delongando intervenções que ajudam reduzir as complicações. Por isso, precisamos sempre lembrar que a ilegalidade do aborto não impede sua prática e aí fica a grandeza a ser determinada na questão: é o aborto que mata ou a ilegalidade dele?

 

“No meio do caminho entre o aborto e a saúde pública há uma pedra, há uma pedra no meio do caminho, nunca podemos esquecer desse acontecimento, na vida de nossas retinas tão fatigadas, nunca nos esqueceremos que no meio do caminho há criminalização”.