FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ

PROPOSTA PRÊMIO PROJETO PINTURA DA PLACENTA: O CARIMBO QUE MARCA A VIDA

 

INTRODUÇÃO
A humanização do parto pode ser entendida como um evento genuinamente natural e humano, tendo como objetivo principal a promoção da qualidade da assistência obstétrica, além de oferecer garantias aos direitos das parturientes e cuidados assistenciais de forma integral e individual, contribuindo com a dignidade materna do processo de parir (Gintáglia, et al., 2020). O processo de parto é compreendido em três períodos: 1º) trabalho de parto ou dilatação, composto por três fases – a) fase latente, b) fase ativa e c) fase de transição; 2º) expulsivo ou de nascimento; e 3º) dequitação ou placentário, consistente de três tempos: descolamento, descida e expulsão da placenta, com duração fisiológica de até 30 minutos (Nascimento, et al.,
2017).

Inspirado no Projeto Árvore da Vida implantado, em março de 2019, por iniciativa de residentes do Programa de Enfermagem Obstétrica do Hospital Estadual Materno Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), do estado de Goiás. Tem-se a proposta de implementação do projeto O Carimbo que Marca a Vida, na Unidade Materno Infantil Dr. Almir Gabriel, localizada na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA), com a finalidade de favorecer a humanização dos partos realizados na unidade. Em 2020, foram realizados 8.537 partos na FSCMPA, dos quais 4.018 foram normais e 4.519 cesarianos. A Fundação é o sexto hospital mais antigo do País, realiza mais de 700 partos por mês, com oferta de cerca de 500 leitos aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), tendo como foco principal a área materno infantil.

 

DESENVOLVIMENTO:

A pintura da placenta é realizada por uma equipe multiprofissional composta por: enfermeiros (as), técnico de enfermagem, equipe médica, fisioterapeutas, residentes e estagiários. Para realizar o carimbo da impressão placentária, é utilizado a folha de papel, tinta guache, pincel, glitter, canetas, gaze, álcool 70% e a placenta. O material é solicitado à Coordenação de Compras, conforme a média ponderada de partos/mês pela Coordenação do CO/CPN. Para a efetivação do projeto foram realizados treinamentos de aprimoramento para a equipe multiprofissional, com intuito de repassar a técnica de produção dos carimbos.
Além disso, o profissional responsável por realizar o carimbo, utiliza equipamentos de proteção individual (EPI), como: luvas cirúrgicas, toucas, máscara e avental. Portanto, dentro da sala de parto, após a dequitação da placenta e avaliação dela quanto à integridade das membranas, cotilédones e presença de calcificação, infarto e outras alterações, ela é reservada em um recipiente próprio, até que seja finalizado a revisão de canal de parto e cuidados de rotinas para o estabelecimento da parturiente.

RESULTADOS ALCANÇADOS.

O projeto “O carimbo que marca a vida” buscou resgatar o empoderamento feminino, devolvendo o protagonismo da mulher no parto e no estreitamento do elo entre o binômio mãe-filho. Promovendo a humanização em todos os processos, minimizando intervenções, tornando o nascimento mais natural, por meio do registro de memórias positivas. Com a iniciativa do projeto, grande parte das puérperas desejam ter suas placentas carimbadas, e dessa forma, elas levam essa lembrança especial do seu parto e da equipe de
saúde que a atendeu. Além disso, a implementação do projeto fez com que ocorresse uma melhor integração da equipe multiprofissional pelo conhecimento e devolutiva da pintura para a mulher e sua família, demonstrando o amor e o carinho que a instituição pode oferecer ao seu cliente.

AUTORES: Elisanete de Lourdes Carvalho de Sousa, Hanna Ariane Monteiro Carrera, Luiza
Karla Alves de Paula, Luzia Ribeiro Santana, Michele de Pinho Barreiros.