O desafio de transversalizar a Humanização nas práticas do futuro profissional médico.
A humanização das práticas e da atenção à saúde vem sendo muito discutida em todo o mundo há muitos anos. Muitos avanços tecnológicos foram aplicados na área da saúde, nos diversos níveis de atenção. Na prevenção de doenças, no controle de comorbidades, analisando o progresso da doença e também na reabilitação. Facilitadores do Curso de Graduação em Medicina da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) no Campus de Presidente Prudente, utilizam Metodologias Ativas de Ensino e Aprendizagem como o Problem Based Learning (PBL) para estimular a Reflexão a partir de “Problemas de Papel”, ou seja, casos disparadores, organizados em Semanas Integradoras de Disciplinas. Esses Problemas estão relacionados a casos clínicos muito próximos da realidade, que são “abertos” sob supervisão de um Facilitador, em pequenos grupos compostos por 8 a 10 estudantes.
A partir dessa abertura, são criadas Questões de Aprendizagem. Essas questões serão compartilhadas pelo grupo e serão respondidas, após a busca, na semana seguinte.
São construídos cenários, após a abertura do Problema. Esses cenários de ensino e aprendizagem estão relacionados aos casos disparadores.
A Equipe de Proposição Curricular procura inserir temas relacionados à Humanização, de maneira transversal, nesses cenários. Facilitadores consideraram, em uma das Reuniões de Proposição Curricular, que o desenvolvimento tecnológico que experimentamos na atualidade pode colocar a doença interpretada por meio da concepção biomédica, como um simples desvio de variáveis biológicas em relação à norma. Dessa maneira esse biologicismo pode considerar fenômenos complexos como constituídos por princípios simples, isto é, como uma mera relação de causa-efeito. Dessa maneira mente e corpo podem ser analisados de maneira Cartesiana. O corpo fica assim entendido como uma máquina, com minimização de aspectos sociais, psicológicos e comportamentais.
NA UNOESTE, Facilitadores tentam estimular acadêmicos, por meio do PBL, a refletirem sobre suas práticas, como futuros médicos. Nos “Problemas de Papel” são inseridas diversas possibilidades de discussões a respeito do acesso dos usuários do SUS às Tecnologias que Prolongam a Vida. O custo dessas Tecnologias para o sistema de saúde e a impossibilidade de que o progresso tecnológico elimine as demandas decorrentes da necessidade de contato direto entre os Usuários do SUS e profissionais da área da saúde, também são trazidos à baila, nas tutorias e nos cenários. Essas possibilidades de acesso do usuário do SUS perpassam o estabelecimento de relações de confiança, respeito e reciprocidade, caracterizando-se por reflexões que devem permear as práticas de atenção à saúde.
Facilitadores e Estudantes consideraram como positivas as discussões estimuladas pelos “Problemas de Papel” que colocam a Política Nacional de Humanização, na transversalidade das práticas simuladas má UNOESTE.
Na foto: Douglas Silva Capistano e Gabriel Parreira.
Alunos do 1º termo de Medicina(fotos autorizadas).
Referências:
A Humanização nas grades curriculares de cursos da saúde de universidades públicas paranaenses.
Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php%3Fscript%3Dsci_arttext%26pid%3DS2177-093X2019000100003%26lng%3Dpt%26nrm%3Diso&ved=2ahUKEwjl86KizZXmAhWDylkKHanABMgQFjAHegQIBBAB&usg=AOvVaw1yRrLBXy2vtotUHxLPDMRo
Acesso em 01 12 2019 às 21h.
Por Alex Wander Nenartavis
Parabéns à Professora Lidelci.