O Despreparo dos profissionais que trabalham na emergência, urgência e na atenção básica para lidar com os usuários em crise levou a comunidade do município de Campinas a criar um modelo novo de atendimento as demandas que iam aparecendo na área, integrando a equipe foi inserido um Psiquiatra, o modelo de atendimento antigo incluía os usuários serem atendidos dentro de uma ambulância com grades, o que tornava isso desumano e bastante cruel, pensando nisso essa equipe especializada inseriu o especialista para qualificar o atendimento. As Equipes estão apostando muito nesse novo modelo e segundo Maria Teixeira Sgobin, que compõe da área técnica de saúde mental do município, um passo importante para continuar avançando na reforma psiquiátrica seria que a formação do médico generalista englobasse aspectos de urgência e emergência em Psiquiatria.
Porém até que aconteça essa mudança as equipes estão apostando no matriciamento das equipes, com encontros onde irão serem discutidos os casos e compartilhar informações entre os profissionais para melhor atender as demandas e necessidades dos usuários em crise e outros casos psiquiátricos, O matriciamento faz o papel de expor as informações e descontruir preconceitos e suposições que os próprios profissionais tem a respeito dos usuários, pois nem todos por exemplo sabem fazer a contensão do paciente, as vezes por medo outras por preconceitos pessoais e assim varia muito de casos para casos, mas isso geralmente ocorre muito nesses casos, além do mais o matriciamento une a técnica a prática fazendo os profissionais se aperfeiçoarem na sua área e tendo muito mais opções para intervir e ajudar o usuário em questão. O mais bacana de se pensar é que esse modelo adotado virou modelo e referência para pelo menos 5 centros de saúde da família, o que nos faz pensar que essa prática tem funcionado e ajudado de uma forma bastante prática os profissionais envolvidos, tanto os enfermeiros, os agentes comunitários e os demais que incluem esse centro de atenção a família, caps e centro de atenção básica, com essas intervenções teria uma redução de até 50% das internações hospitalares.
A cidade de Campinas tem 2 milhões de habitantes mas conta apenas com dois CAPS I, sendo que pelo ministério da saúde deveria ter pelo menos um CAPS I para cada 200mil pessoas, com o matriciamento foi encontrado formas de driblar esse déficit no atendimento, pois com a gama e informações compartilhada mais e mais equipes foram se capacitando para tratar casos que eram estudados constantemente nos encontros e reuniões que eram organizados, o atendimento incluía atender também cerca de 150 adolescentes onde a maior parte deles fazia uso de substâncias psicoativas.
Um dos pontos mais bacanas também de se tocar nesse assunto saúde no município de campinas é a questão das reuniões da Rede Mista, que mistura não só a área da saúde, como também a da assistência social, a educação, a cultural, de lazer e de esportes nos distritos. Essas interconexões entre os fóruns facilitam e tornam as práticas terapêuticas entre todas as equipes muito mais efetivas e eficientes.
Existem também a rede da criança, a comissão de moradias e o fórum gera renda, onde os profissionais da saúde e usuários participam de oficinas de geração de renda, as oficinas incluem a produção de vitrais, construção civil, artesanato, culinária, eventos, entre outros.
Campinas é sem dúvida uma cidade modelo quando pensamos em Saúde, pois disponibiliza de um modelo bastante avançado e potencialmente um dos melhores do estado de São Paulo, na Atenção Hospitalar o que se destaca dessa área são os casos específicos de 50 a 70% dos casos das pessoas com transtornos mentais serem de pessoas que foram hospitalizadas por uso de crack, álcool e outras drogas. Há leitos preferenciais para crianças e adolescentes o que já por si um diferencial, bacana pensar que existe uma central de regulação de vagas do município, que organiza os fluxos. As demandas que guiam como o usuário irá dispor desses serviços dependendo do grau de vulnerabilidade, que será identificado inicialmente pelo CAPS e após avaliação poderá passar pela central de regulação ou não, nos casos específicos de urgência e emergência, a central também será notificada e acionada para melhor qualidade desse usuário.
Nos Serviços Residenciais Terapêuticos o cuidado é ainda maior pois quem desenhou esse projeto teve o cuidado de construir essas residências perto do CAPS lll para que eles tenham maior acesso a essa equipe, pois caso não fossem elas, o usuário teria que ficar morando no hospital e isso certamente não faria bem para ele, conviver com outras pessoas e naturalizar esse comportamento dentro de residências é sem duvida uma alternativa terapêutica mais eficiente e que traz muito mais benefícios para os usuários, além do mais após se reestruturar esses indivíduos conseguem seguir suas vidas pessoais e profissionais de uma forma muito mais estruturada e planejada com a ajuda dessas residências terapêuticas.
Há também os consultórios de rua onde os usuários podem dispor de uma equipe que conta com um enfermeiro, três redutores de danos, uma assistente social, a uma psicóloga e um motorista, os atendimentos aqui tem o cuidado para que os usuários tenham suas demandas e necessidades preenchidas, o bacana de pensar por exemplo em certa privacidade que isso irá proporcionar e também no caso das grávidas, onde o pré-natal necessita uma atenção a mais e muitas vezes a gestante não pode se locomover até a unidade básica de saúde, então essas equipes de consultório de rua fazem seu serviço da melhor forma possível, atendendo a esses casos específicos, há também a coleta para exames, a Gestora afirma que como eles não tem um trailer ainda, eles encaminham para as unidades o que de fato não podem atender e assim criaram um projeto singular com a equipe.
Campinas mostrou que a Saúde é sim uma demanda que sofre constantes transformações, com a reforma psiquiátrica podemos pensar em algumas dessas mudanças relacionando com as Residências Terapêuticas que foram mencionadas acima, a Psicologia com toda sua neutralidade, posição e força contribuiu de formas incomparáveis para essa construção de uma saúde para todos, e pelo exemplo que temos do município de Campinas podemos pensar que existem formas que nós futuros psicólogos podemos continuar o trabalho de nossos antecessores, lutando por uma Saúde coletiva de qualidade e serviços prestados com amor a profissão e possivelmente de uma perspectiva de um futuro Próximo.
Concluindo que o Matriciamento tem seu papel no fundamental na articulação de todas essas informações, salientando a importância de estudar casos desconhecidos, orientando os profissionais para possíveis casos que eles desconheçam e principalmente focando na melhora da qualidade da saúde no município de campinas.
Texto Básico: Reportagem 4 – Matriciamento em Saúde mental
RESENHA CRÍTICA DISCIPLINA – INTRODUÇAO A PSICOLOGIA DA SAÚDE
PROF: DOUGLAS CASAROTTO AUTORES: Cler Alves e Guilherme Roso
Por Juliana Aparecida Villa Correa
Ótima leitura sobre um tema tão importante!