O processo de cuidar de pessoas com diabetes em uma ESF do interior de SP.
Os estudantes do Curso de Medicina da Universidade do Oeste Paulista (FAMEPP/UNOESTE) no Campus de Presidente Prudente, são inseridos como membros das Equipes Interprofissionais, em oito Estratégias Saúde da Família (ESFs) em dois municípios do interior de SP.
Os Facilitadores do Programa de Aproximação Progressiva à Prática (PAPP), estimulam a produção de Planos de Ação, a partir da utilização de Metodologias Ativas de Ensino e Aprendizagem e da análise da Epidemiologia, nos territórios ligados às Unidades de Saúde.
Um dos Planos de Ação criado pelos estudantes do PAPP, no termo 5 da Graduação Médica, esteve ligado ao processo de cuidar das pessoas diabéticas, conduzido pela equipe interprofissional da ESF.
Os acadêmicos organizaram uma “Roda de Conversa” com pessoas diabéticas, com foco nas orientações relacionadas à dieta, ao uso adequado das medicações prescritas pelo médico generalista e na realização de atividade física regular pelos usuários do SUS.
Após a realização da Roda de Conversa, a Facilitadora utilizou o “Arco de Maguerez” para estimular a reflexão na ação.
Acadêmicos consideraram que nas últimas duas décadas, o número de pessoas com diabetes mellitus (DM) aumentou em mais de 100%. O aparecimento do Diabetes tipo 2 em crianças, adolescentes e adultos jovens colaborou para esse crescimento. Existem projeções estatísticas globais para o DM, que sugerem para o ano de 2040, que mais de 600 milhões de pessoas apresentarão a doença.
A Facilitadora considerou que, em nosso país, aproximadamente 14 milhões de pessoas convivem com a doença. Pesquisas apontam que aproximadamente 500 novos casos são diagnosticados diariamente no Brasil. Além disso, o nosso país ocupa o quarto lugar no mundo com a maior prevalência de DM. Estudantes também consideraram, nas discussões, que quase metade das pessoas com DM não sabem de seu diagnóstico. Dentre aquelas pessoas previamente diagnosticadas, cerca de 1/5 delas não fazem nenhum tratamento.
A Facilitadora considerou que os cuidados relacionados ao DM são complexos. Políticas públicas precisam ser colocadas em prática por profissionais de saúde que precisam estar comprometidos e também capacitados para agir, considerando aspectos biopsicossociais que envolvem a enfermidade crônica não transmissível.
É necessário aplicar os conceitos da “Clínica Ampliada” e da Medicina “Centrada na Pessoa” para que bons resultados sejam alcançados nos cuidados com essa doença, evitando as suas complicações indesejaveis. A autonomia e o autogerenciamento da pessoa que convive com o DM deve ser levado em consideração pela equipe interprofissional, com a finalidade de evitar os terríveis desdobramentos da doença.
O Ministério da Saúde, no Brasil, utiliza políticas públicas com a finalidade de organizar a atenção às pessoas com DM na Atenção Primária à Saúde (APS). Os acadêmicos mostraram satisfação em participar ativamente da aplicação de uma dessas Políticas Públicas.
Os participantes consideraram como positiva a ação de Educação em Saúde, criando ambientes saudáveis para pessoas com DM, desenvolvida pelos acadêmicos do Curso Médico em uma ESF do interior de SP.
Referências:
INSUFICIÊNCIAS NA APLICABILIDADE DAS POLÍTICAS DIRECIONADAS AO DIABETES MELLITUS E A HUMANIZAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA.
Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/48484&ved=2ahUKEwiupqGohZf2AhV3q5UCHTMPAdoQFnoECD0QAQ&usg=AOvVaw1IrFhoVPu95ztMmIKShkiD
Acesso em 23 02 2022, às 22h 47min.
Por Alex Wander Nenartavis
Parabéns pelo belo relato, Acadêmico Leandro Marino!
Em 1985 havia 30 milhões de adultos doentes; em 1995, o número aumentou para 135 milhões, em 2002 atingia 173 milhões, e a projeção para 2030 é de 300 milhões. Esse assustador aumento ocorreu, principalmente devido ao crescimento e envelhecimento da população, maior urbanização, maior quantidade de obesos e sedentários, e o prolongamento na sobrevida de pacientes com DM. Nas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), a educação em saúde é parte fundamental do tratamento do DM, sendo evidenciada
como o veículo de capacitação das pessoas para
realizar o gerenciamento da sua doença.
Muito interessante o trabalho desenvolvido com grupo de Diabéticos na,ESF São Pedro, em Presidente Prudente, pelos estudantes do PAPP/FAMEPP/UNOESTE.
Congratulações !