PNH é ventilada desde a primeira semana do Curso Médico na UNOESTE/PP

15 votos

Como estudante do Curso de Medicina tive uma surpresa positiva ao ser acolhida, no Programa de Aproximação Progressiva à Prática (PAPP) da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), no Campus de Presidente Prudente. Os professores do PAPP se apresentaram e já colocaram como primeiro tema proposto, a PNH.

No mesmo encontro, o grupo de estudantes já foi estimulado a conhecer o “APP” da Rede HumanizaSUS, “O SUS que dá certo”. A partir desse estimulo, fui tentar fazer uma busca na literatura relacionada ao tema e pude entender que a luta pela humanização, nas práticas de saúde não é tão recente. Ela já tinha sido propagada desde o movimento feminista, que aconteceu na década de 1960. Depois se intensificou no debate em torno da saúde da mulher. Caminhando pela história, consegui entender que, a partir do fim dos anos 80, a humanização começou a ser entendida como um movimento técnico-político na área da saúde. Daí, esse movimento foi crescendo cada vez mais, ganhando espaço em discussões relacionadas à qualidade do atendimento em saúde. A partir do ano de 2000, a humanização ganha “status” de política pública no Sistema Único de Saúde.
É a famosa Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde, carinhosamente conhecida por nós, como PNH.
A Política é completamente contrária à violência física, psicológica e simbólica, produzida, quando as pessoas são maltratadas, onde quer que seja. Existe também uma grande preocupação com a melhoria na qualidade dos serviços prestados aos usuários do SUS. Aprendi que os avanços tecnológicos precisam andar junto com o bom relacionamento entre equipes de saúde e usuários do Sistema Único de Saúde, no Brasil. Dessa maneira, a humanização pode ser entendida como uma proposta de oferta de um atendimento de qualidade, nos campos técnico, ético e também das relações entre equipe e usuário. Neste sentido, o olhar do profissional de saúde para a relação entre equipe e usuário do SUS se torna muito importante na atenção à saúde. Existem também aspectos relacionados à maneira que as pessoas estão sendo atendidas, ou seja, como elas se sentiram, ao receber a assistência. Esses cidadãos também têm o direito à informação e a Política procura estimular essa possibilidade, em todos os serviços
A humanização pode ser encarada como uma ampliação dos processos comunicação e por isso, o diálogo com os usuários do SUS é muito estimulado. Aprendi que, nós como futuros profissionais de saúde, sempre precisamos conversar e perguntar para os usuários do SUS, como eles se sentiram, sendo atendidos no serviço de Saúde. Dessa maneira estabeleceremos interações a partir da intersubjetividade. É um “encontro de subjetividades” entre quem atende e quem é atendido. Criaremos assim, enquanto equipe, a capacidade de compreender, de maneira aprofundada, as necessidades de saúde da outra pessoa, que está utilizando os serviços de Saúde. Dessa maneira, a linguagem do cuidado, será estabelecida, de forma compreensível, podendo ocorrer com foco na resiliência, ou seja, na capacidade de quem atende, se colocar no lugar de quem está sendo atendido.
No campo da saúde, ainda podemos notar uma certa dificuldade para integrar os temas da “área das humanidades” ao corpo da medicina, enquanto uma “Ciência Biológica”. Entendo que as “humanidades” são muito importantes para a prática médica, não podendo jamais ser descartada.
O ser humano não pode ser visto de maneira fragmentada pelo futuro profissional de saúde. Por isso, as práticas educativas com foco na “Integralidade” são tão importantes para capacitações de futuros profissionais de Saúde.
Devemos entender as pessoas como seres biopsicossociais.
A educação médica precisa voltar sua atenção para o homem na sua integralidade.
Pelo que pude entender, é necessário abrir espaço para que o futuro médico tenha uma formação com foco na integração entre as ciências e as humanidades.
Aprendi que existem Diretrizes Curriculares Nacionais, propostas para o Curso de Graduação em Medicina. Dessa maneira, o médico formado deve ter o seguinte perfil:
[…] formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a atuar, pautado em princípios éticos, no processo de saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde, na perspectiva da integralidade da assistência, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano”.
A formação médica também deve assegurar: a “compreensão e domínio da propedêutica médica – capacidade de realizar história clínica, exame físico, conhecimento fisiopatológico dos sinais e sintomas; capacidade reflexiva e compreensão ética, psicológica, humanística da relação médico-paciente.”
Essas Diretrizes do MEC querem integrar aspectos humanísticos e éticos para desenvolver atitudes e valores do estudante.

Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Política (2008) Nacional de Humanização – HUMANIZASUS. Documento de base para gestores e trabalhadores do SUS. Brasília.