ORIGEM E ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS)

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Boa tarde pessoal, tudo bom?

Então, nos chamamos Caroline Viana Rubim e Luana Brondani Rodrigues, somos acadêmicas do 4º semestre de Psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria – FISMA e estamos estudando a disciplina de Introdução a Psicologia da Saúde. A partir disso, nós pensamos em trazer uma reflexão sobre a importância do profissional psicólogo, nas Unidades Básicas de Saúde. O interesse em falar sobre o assunto, surgiu após a experiência no estágio básico I (que está em andamento), onde podemos perceber que a prática desse profissional é um pouco desconhecida quando inserida nessa instituição, porém, tem muito a agregar aos usuários.

Você já ouviu falar sobre a história e as primeiras práticas da psicologia no Brasil? 

Atualmente, se pararmos para pensar, o psicólogo tem uma história bem recente no nosso país, pois foi somente em 1962 – através da Lei Federal n° 4.119 que a Psicologia passou a existir como profissão. No ano de 1964 foi regulamentada a formação do psicólogo e seu exercício profissional pelo Conselho Federal de Educação com o Decreto n° 53.464 (DIMENSTEIN, 1998). Só assim, o psicólogo passa a assumir um espaço institucionalizado, primeiramente em áreas como orientação e seleção profissional, orientações escolares e avaliações, basicamente em áreas clínicas, escolares, industriais e do magistério.

Mas, se você analisar, as primeiras áreas de atuação do psicólogo, como citado acima, foram em clínicas, escolas e organizações… quando e como o psicólogo é inserido na saúde?

Na década de 1980, os psicólogos deram início a aproximação referente às questões sociais apresentadas na época, principalmente quando o assunto era a saúde. Devido as pressões apresentadas no mercado de trabalho, o campo da assistência pública à saúde foi para onde se direcionou uma considerável parcela desses profissionais. Desde então, é possível observar nessa área muitos profissionais psicólogos, se inserido sendo que, muitas vezes, são eles também os responsáveis pelas ações de promoção da saúde (SANTOS, QUINTANILHA e ARAUJO, 2010).

Como o psicólogo busca a promoção da saúde em uma UBS e quais são as contribuições?

Quando falamos em psicólogo, sempre pensamos na clínica e no atendimento individual, sem considerar as outras formas de desenvolvimento desse profissional. De modo geral, seja em atendimento individual ou em grupo, suas ações buscam desenvolver a autonomia dos sujeitos e das coletividades, bem como procurar estabelecer possibilidades crescentes de saídas coletivas e solidárias para problemas apresentados. O psicólogo buscar promover e contribuir a saúde de algumas formas, de acordo com Lima (2005), como por exemplo:

  • com a participação de outros profissionais da saúde, desenvolver práticas referentes à problemas como DST/HIV/AIDS;
  • identificar os problemas que requerem atenção prioritária na comunidade;
  • executar atividades a partir de temas significativos para o mundo do adolescente e do perfil socioeconômico e epidemiológico do público-alvo;
  • realização de grupos com adolescentes ou idosos, de acordo com as demandas recebidas;
    reuniões e ações com escolas, com assuntos atuais das comunidades (visando prevenção).

Portanto é importante ressaltar que:

A participação do psicólogo na UBS não está restrita apenas a atendimentos clínicos, vai além disso, pois o profissional pode realizar muitas atividades, como grupos dos mais variados tipos, reuniões com escolas e outros profissionais, bem como participar na manutenção para uma boa relação entre os colegas da instituição. Com isso é possível destacar, a importância da atuação do psicólogo, para que a sua participação não seja limitada apenas em um processo de “cura” ou individualizante, mas que abrange ações como já citadas acima, que promovam a autonomia, conscientização, empoderamento, visando uma transformação social da comunidade.

 

REFERÊNCIAS

DIMENSTEIN, M. D. B. O psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde: desafios para a formação e atuação profissionais. Estudos de Psicologia, 1998, 3(1), 53-81. Acesso em 18 set. 2019. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/%0D/epsic/v3n1/a04v03n1.pdf>

LIMA, M. Atuação psicológica coletiva: uma trajetória profissional em unidade básica de saúde. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 3, p. 431-440, set./dez. 2005. Acesso em 18 set. 2019. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/pe/v10n3/v10n3a10.pdf>