os 30 anos do SUS no Fórum Social Mundial
7 Comentários
Faça login para comentar e recomendar este post a outros usuários da rede.
Por Maria Dirlene
Ano passado participei do COBEM- Congresso Brasileiro de Ensino Médico,realizado em Porto Alegre,com presença de várias escolas médicas seus professores e profissionais da saúde que trabalham na formação diretamente com o SUS.Tive minha formação médica em universidade pública e residências médicas realizadas em hospitais vinculados ao SUS.Neste congresso passeando sobre a leitura dos trabalhos em forma de Banner me deparei com um em especial que apresentou uma homenagem ao SUS em forma de poesia,segue……
O Poema: SUS Muito Prazer
“Olá eu sou o SUS,muito prazer
Estou feliz por você querer me conhecer
Então vou me apresentar
E um pouco da minha minha história irei contar
Nasci junto com a Constituíção
E a minha missão desde então é atender a essa Nação
Acesso à saúde eu permiti,consultas gratuitas a todos consegui
Ah! Exames e transplantes também quase esqueci
Muitas vidas já salvei,desde que nasci.
Mas me encontro um pouco chateado por que vocês são muito mal humorados
Reclamando de tudo e não dizem nem “obrigado”
Permanecer em filas e falta de medicamento,eu sei é um tormento
E às vezes ser mal atendido não é legal,concordo com você ,meu amigo
A má gestão me afeta diretamente.As verbas são desviadas constantemente
Será que sou culpado ou inocente? O que me dizem minha gente?
Boa lembrança, Dirlene.
E o poema poderia continuar, trazendo todas as invenções criativas do SUS, que conhecemos navegando pelas águas da RHS, falando mais sobre o subfinanciamento que restringe os vôos mais altos e tantas outras coisas boas e tantas difíceis de fazer caber num espaço poético.
Agradecemos a delicadeza de postar um conteúdo que anima a todos nesta luta pela saúde para todos!
abraSUS!
Jairnilson Paim é uma lenda viva, uma das maiores, senão a maior, referência no Brasil sobre o SUS.
Muito bom poder ouvi-lo, não é Sérgio?
Sempre é muito bom ouvi-lo.
Excelente!
Paim sempre contribuindo para uma refflexão contextualizada.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Drauzio Varella, hoje na Folha:
“A criação do SUS foi a maior revolução da história da medicina brasileira. Nenhum país com mais de cem milhões de habitantes ousou oferecer assistência médica gratuita para todos. Antes de 1988, se a pessoa doente trabalhava com carteira assinada, tinha direito ao atendimento pelo antigo INPS, caso contrário, era considerada indigente, portanto dependente da caridade pública. Apesar de ser um sistema com apenas 30 anos de idade, demos passos enormes. Entre outros, desenvolvemos os maiores e mais abrangentes programas gratuitos de vacinações e de transplantes de órgãos do mundo; o programa nacional da Aids revolucionou o tratamento e reduziu a velocidade de disseminação da epidemia mundial. As equipes de saúde da família são citadas pela OMS como exemplo a ser seguido. O cidadão acidentado que telefona para o resgate não sabe que está recorrendo ao SUS. Os que recebem transfusão nos hospitais mais caros de São Paulo não fazem ideia de que a qualidade do sangue é atestada nos hemocentros do SUS. O trabalho realizado pelos agentes de saúde nos pontos mais remotos do interior e nas periferias inseguras das cidades é ignorado por todos. A despeito desses avanços e de ser um sistema jovem ainda em construção, para a sociedade desinformada o SUS faz o papel da Geni, do Chico Buarque. No imaginário popular, o SUS é o pronto-socorro com gente pobre nas macas de corredores superlotados, é a fila de doentes à espera de consulta na porta do hospital. Longe de mim negar essa realidade humilhante, mas posso assegurar que parte se deve ao desafio de universalizar o atendimento sem dispor de recursos suficientes, e parte à escassez de gestores comprometidos com a saúde pública.”