Paciente internado no Hospital Galileu ganha surpresa de profissionais da unidade
O setor de Humanização promove a ação de interação entre usuário (paciente) e o violão.
Tocar violão pode ser um excelente meio de diversão, distração e estímulo à criatividade, e além disso, também pode proporcionar uma série de benefícios para saúde física e emocional. Quem sentiu esses ganhos foi o agricultor Sival Ferreira da Cruz Ramos, de 61 anos, que está internado no Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, desde o dia 15 do mês de setembro deste ano.
O morador do município de Barcarena, toca violão na igreja que congrega e desde que sofreu um acidente doméstico. Um balde com roupas caiu sobre a sua perna direita e causou um machucado. Devido a diabetes, precisou de cuidados específicos e foi transferido para o HPEG, e ficou impossibilitado de tocar o instrumento que tanto gosta.
Como parte da plateia, Lucia Veras, de 61 anos, observou cada detalhe. Ela está acompanhando o marido há nove dias no HPEG e compartilha da mesma enfermaria de Sival. “Vi ele dedilhando visivelmente emocionado. Essas práticas são boas para eles, pois traz um pouco de acalento ao coração”, relatou.
Acolhimento – A coordenadora de humanização do HPEG, Anny Segovia, enfatiza que ter um olhar humanizado em relação aos pacientes e ao ambiente hospitalar é essencial. “Quando acolhemos, escutamos e compreendemos quem está hospitalizado, podemos contribuir ainda mais para a sua melhora e bem-estar. Foi desta forma que captei o desejo do seu Sival, arranjei um violão e conseguimos melhorar o dia dele”, ponderou.
Além de ações pontuais, ao longo do ano o Hospital Galileu investe em projetos e programações de humanização para os usuários. “Ações como essa, devolvem ao paciente autoestima e o bem-estar dentro de um contexto de hospitalização. Um paciente satisfeito, adere melhor ao tratamento, tem um bom relacionamento com os profissionais, e assim, todos saem ganhando”, avaliou Liliam Gomes, diretora executiva do HPEG.
Serviço: A unidade, que pertence ao Governo do Estado, é administrada pelo Instituto de Saúde e Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
O HPEG está localizado na Avenida Mário Covas, nº 2.553, e é referência em ortopedia, cirurgias de fraturas de baixa e média complexidade, exceto fraturas de fêmur, quadril e coluna, e próteses. São realizados no HPGE procedimentos em fratura diafisária da tíbia, fratura distal do antebraço e mão, e osteomielite crônica e aguda.
“Foi uma surpresa quando a enfermeira trouxe o violão aqui no leito. Infelizmente não consegui tocar direito, porque estava muito emocionado devido a notícia que recebi do falecimento da minha irmã. Eu só dedilhei um pouco. Foi muito bom. Estou com muita saudade da minha família e a música ajuda a aliviar um pouco, para mim tocar é uma terapia”, disse.
Ainda se recuperando dos procedimentos de limpeza e remoção de pele, Sival só tem um desejo, que é reencontrar toda a família. “Estou só aguardando o machucado cicatrizar. Quero voltar para casa e tocar para eles”, comentou.
Por Sérgio Aragaki
Gostei muito de saber a respeito dessa ação.
Fiquei pensando o quanto ela tem a ver com o exercício de uma clínica que se amplia, que considera a pessoa e sua história, que consegue intervir para além da doença e tratamentos…
Também lembrei que o fato de ter ocorrido em um hospital mostra que são possíveis ações de uma Clínica Ampliada mesmo em unidades de urgência e emergência.
AbraSUS!