Pacientes diabéticos ou hipertensos tendem a ter insuficiência renal, aponta Abelardo Santos
Aos 24 anos, Odriano França foi diagnosticado com insuficiência renal, condição caracterizada pela incapacidade dos rins de filtrar e eliminar toxinas do sangue. “Saí com minha esposa e, ao chegar em casa, fiz esforço e senti um incômodo nas costas. Pensei que não era nada grave, mas meu rosto e pés incharam. Procurei um médico e, então, fui informado sobre o problema”, contou ele, que é natural da Ilha do Marajó, e buscou o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, Belém.
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), as doenças renais crônicas atingem mais de 10 milhões de pessoas no Brasil. Somente em 2024, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS) realizou 23.024 procedimentos de hemodiálise, uma média de 1,9 mil por mês. Esse número representa um aumento de 21,51% em comparação ao ano anterior, que registrou 18.947 sessões.
Devido aos altos índices e aos relatos dos pacientes sobre a doença, diversas campanhas são promovidas no Dia Mundial do Rim (13 de março). A iniciativa visa aumentar a conscientização sobre a importância do cuidado dos rins para a qualidade de vida e a prevenção de problemas renais, e informações sobre os tratamentos como forma de promover a saúde da população.
Profissionais de saúde do Hospital Abelardo Santos frisam, como observado no início do texto, que as doenças renais são condições potencialmente graves, caracterizadas pela perda da função dos rins, podendo ser agudas ou crônicas. Entre as patologias mais comuns, destacam-se os cálculos renais (pedra nos rins), a infecção renal (pielonefrite), cistos, tumores renais e a insuficiência renal. As principais causas da doença incluem hipertensão e diabetes.
Por exemplo, a maioria dos pacientes do Programa de Terapia Renal Substitutiva (STRS) do HRAS é diabético. O nefrologista Luis Cláudio explica: “A glicose desregulada prejudica o organismo, podendo desencadear processos inflamatórios. O excesso de açúcar sobrecarrega os rins, fazendo com que filtrem grande quantidade de sangue, levando à perda de proteínas na urina”, disse o especialista.
Para o nefrologista do STRS, o diagnóstico precoce é crucial para o tratamento, só que mais importante do que tratar a doença é preveni-la. “Adotar uma alimentação equilibrada, com baixo teor de sal, consumir bastante água, evitar o sedentarismo, praticar atividades físicas regularmente, evitar o tabagismo e buscar uma melhor qualidade de vida”, são algumas das recomendações indicadas.
A porta de entrada para as consultas e exames iniciais é a Atenção Primária à Saúde, e o cidadão deve se dirigir à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência. Quanto ao tratamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece três opções de Terapia Renal Substitutiva (TRS) sem custo: hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal, destaca o especialista.