Participei de Audiência Pública na CDHM
Sou Roque JR, usuário do serviço substitutivo em Saúde Mental, escritor, do FGSM – Fórum Gaúcho de Saúde Mental e o representante da RENILA – Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial.
Defensor dos CAPS.
Oito internações(1990-2007) em cinco manicômios, com modelo excludente, por mais de 365 dias no total.
Pedimos mais verbas aos CAPSs, RAPS, aos Residenciais Terapêuticos, Serviços substitutivos humanizados, intersetorial, com sua manutenção e ampliação com Cuidado em Liberdade.
Voltar com oficineiros dos CAPS na Música, com instrumentos musicais, na Arte, no Teatro, preferencialmente pelos usuários, materiais para oficinas terapêuticas.
Retorno de profissionais nos serviços substitutivos terapeutas ocupacionais, psicólogxs, psiquiatras, também nas UBSs e NASFs
Projetos importantes como a GAM – Gestão Autônoma de Medicamentos, que teve origem no Canadá há mais de três décadas e a mais de década no Brasil.
A RD – Redução de Danos, que semana passada(24NOV-1989) completou 33 anos como Política Pública, não à simples abstinência.
Foco no projeto terapêutico singular.
Avançar com a legalização e regulamentar das drogas.
Reverter às transferências de verbas às cts – comunidades terapêuticas, pois as cts também custam mais caras para os cofres públicos, só fazer as contas.
O presidente eleito afirmou fim aos manicômios, temos que dar fim também às cts.
Para tanto o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate a Tortura, por muitos anos a RENILA utilizou com cadeira, auxiliou na fiscalização de cts e manicômios, com vários relatórios amplamente publicados de descasos com os Direitos Humanos.
O MNPCT tem que voltar a ser atuante e ampliar os comitês estaduais de combate a tortura.
Juntos fiscalizarem ainda mais as cts, para que a sociedade como um todo tenham acesso ao que se passa no interior desses manicômios com outra roupagem e dinheiro público
Jovens trabalham como escravos na ampliação de cts.
Cuidado a gênero, cor/raça, desigualdade social, garantido nos dispositivos territoriais: adolescentes, mulheres, Indígenas, quilombolas e negros, LGBTQIA+ pessoas em situação de rua, população carcerária, ciganos.
Participei em reuniões da ONU Brasil de 25JAN e 26MAR2021 que muito se comentou sobre a Saúde Mental.
Ampliação e fortalecimento do controle social. Viabilizar a 17CNS e a 5CNSM, em especial com os movimentos sociais e conselhos de classe.
Não podemos nos resumir a colocar as pessoas nos manicômios!
Revogaço, Nota Técnica eletrochoque, verbas que deveria ir ao SUS estão indo às cts.
EC 95 – PEC da morte.
Ministério da Saúde restitua acesso público dados, transparência, Saúde Mental em dados.
Questionamos a hospitalização involuntária.
Voz, vez e voto usuárixs!
Temos muito a agradecer, sobreviventes de internações, somos pessoas em extinção.
Somos pessoas, não números, temos nome, RG, CPF e nossas História.
Aqui no Rio Grande do Sul comemoramos os 30 anos da primeira Lei Antimanicomial do Brasil, segunda da América Latina, serão lançados no próximo dia 14, dois volumes de livros organizados pelo Fórum Gaúcho, em parceria com a Frente Parlamentar da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, da Assembleia Legislativa, com 500 exemplares cada, gratuitos e PDFs com ampla distribuição.
A Lei exemplar pelo fim dos manicômios com ampliação gradativa dos serviços substitutivos antimanicomiais.
Por uma sociedade sem manicômios!
Loucura não se prende! Saúde não se vende!
Por Roque JR
Esta Audiência Pública foi um marco em minha vida, pela primeira vez utilizo a expressão “Pelo fim das comunidades terapêuticas”. Não ouvi outra entidade ou mesmo pessoa afirmar esta proposta antes.