PERCEPÇÕES DOS ESTUDANTES MÉDICOS AO RETORNO À ESF EM TEMPOS DE PANDEMIA.

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A Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista, UNOESTE, insere seus estudantes como membros de 5 ESFs no interior paulista. Os Facilitadores utilizam a Metodologia da Problematização para estimular a criação de Planos de Ação de acordo com a Epidemiologia de cada território de Saúde. Os acadêmicos participam de todas as atividades da ESF, capturam as Necessidades de Saúde da população moradora nas áreas adstritas às ESFs. Em tempos de Pandemia inicialmente as atividades práticas foram paralisadas, porém com cautela houve um retorno progressivo desses estudantes.

Para segurança de alunos, profissionais de saúde e pacientes da ESF, os grupos foram divididos de forma a evitar aglomerações. Orientações sobre uso de EPIs, distanciamento social e dinâmica do posto de atenção básica, alterado devido a pandemia com diminuição da lotação interna, orientações à porta da ESF sobre o COVID-19 e encaminhamento dos pacientes suspeitos ao centro de referência na Cohab, evitando atendê-los no local e os isolando dos demais pacientes. Os esclarecimentos foram essenciais para tranquilizar os alunos e situá-los quanto às limitações do estágio.

A inserção em ESFs desde o início da graduação trouxe aos discentes a experiências práticas. No breve período de contato presencial foi possível vivenciar a rotina do posto, conhecer as vulnerabilidades da população adstrita e as estratégias de promoção e prevenção de saúde elaboradas de acordo com estas. Acompanhar as consultas médicas foi essencial para compreendermos, na prática clínica, inserções de matérias teóricas, como Anatomia, Saúde Coletiva e Programa de Prática Médica. Além disso, o rico aprendizado obtido através da equipe multidisciplinar foi essencial para compreensão da descentralização da figura do médico no processo de atenção à saúde.

Tendo em vista todos esses fatores, é evidente o prejuízo causado pela suspensão das atividades práticas na ESF na formação dos futuros médicos. Por isso, o retorno progressivo foi visto com bons olhos pelos alunos, sendo um indicativo de que as coisas gradualmente estão voltando ao normal. Os grupos menores possibilitaram um melhor aproveitamento do campo, revigorando o espírito crítico e investigador do acadêmico que há muito havia sido sufocado pela incerteza e medo diante do atual cenário. A volta a ESF significa muito mais do que o retorno a atividade prática, significa o despertar dos discentes para a realidade que em breve enfrentarão: Ser médico.