Pesquisa avalia grau de conhecimento sobre o SUS, em Presidente Prudente
Você sabe qual a diferença entre uma UBS e uma ESF? Esta e outras questões foram os parâmetros adotados por um estudo realizado em Presidente Prudente para avaliar o grau de conhecimento da população em relação à atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS).
Realizado entre os meses de setembro a novembro, a pesquisa foi realizada no Calçadão da Maffei, em Prudente, e analisou o conhecimento de 100 participantes, moradores da cidade, e teve como objetivo avaliar o conhecimento público sobre o SUS, especialmente no que diz respeito a formas de acesso, diferenciação quanto aos mecanismos de atenção à saúde e compreensão sobre níveis de atendimento.
Para a coleta de dados foi utilizado um questionário que abordou questões, como: Você sabe qual a diferença entre uma UBS e uma ESF?; Você sabe a diferença entre os níveis primário, secundário e terciário?; Quais os serviços oferecidos na ESF do seu bairro?; etc.
Foi analisado, portanto, que 76,8% dos entrevistados não souberam a diferença entre uma UBS para um ESF. Já 69,7% dos mesmos não souberam identificar a diferença entre os níveis de atendimento primário secundário e terciário; a maioria da população entrevistada disse que busca atendimento para quadros patológicos simples na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que é um nível secundário de atenção. 73,7% da população entrevistada disseram que nenhum profissional da área da saúde havia explicado sobre os serviços realizados na ESF de seu bairro.
O estudo
Tal estudo, intitulado “O conhecimento da população sobre a atenção primária em saúde do SUS e seu funcionamento”, está inserido na competência de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Famepp), pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), e foi apresentado durante o Congresso Médico Estudantil de Presidente Prudente (Comepp). Foi realizado pelos alunos Estevão Pinheiro Salomão, Eduardo Cassaro, sob orientação da professora Mariana Carolina Vastag Ribeiro de Oliveira.
A intenção do trabalho foi conhecer o grau de entendimento populacional sobre o Sistema Único de Saúde, o qual é referência em saúde pública no país e tem como princípio a integralidade; ou seja, é por meio do SUS que o individuo tem seus direitos garantidos em relação à saúde pública, especialmente por este Sistema prezar também pela universalidade e equidade.
Além disso, o SUS organiza o fluxo dos usuários por meio da Rede de Atenção a Saúde (RAS) e, desta forma, está próximo da comunidade e busca implementar condutas terapêuticas multidisciplinares para o indivíduo ou coletivo.
Para tanto, é primordial o bom funcionamento da hierarquização do Sistema, que começa com sua distribuição geográfica, mas também inclui a importância do conhecimento populacional sobre as formas de acesso. Por exemplo, é importante que o indivíduo conheça e participe dos níveis primários do SUS, como é o caso das Estratégias de Saúde da Família (ESF), para que ocorra, quando necessário, o encaminhamento para outros níveis de complexidade.
Tal organização visa o pleno funcionamento do mecanismo de saúde x doença, que rastreia e identifica as necessidades primárias da promoção à saúde e redução de danos e, desta maneira, contribui para redução de superlotações em setores secundários e terciários, como são os casos de Unidade de Pronto Atendimento (UPA), e hospitais de médio e grande porte.
Conclusão
Diante de tais análises e resultados, a presente pesquisa entende a necessidade de intervenções que promovam educação em saúde, tal como reuniões em bairros, divulgação de folders explicativos e ações para sanar os principais déficits de conhecimento revelado no estudo.
Por Alex Wander Nenartavis
Parabéns ao Acadêmico Estêvão Salomão, pelo belo relato.
O acesso à informação em saúde é muito importante para reduzirmos iniquidades e podermos promover transformações sociais necessárias para a qualidade de vida e o bem-estar das populações, de maneira democrática !
Congratulações !