Polícia prende palhaço e psiquiatra que ajuda pessoas através da Redução de Danos na Cracolândia

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Sob a acusação de “perturbação do sossego”, 21 pessoas foram detidas pela Polícia Civil na tarde desta quinta-feira (1) na região conhecida como Cracolândia, no centro de São Paulo. Foram levados ao 77° DP usuários de drogas, pessoas em situação de rua e trabalhadores da saúde e da cultura que atuam com redução de danos na região.

Foto: Danilo Verpa

Entre eles, estavam Flávio Falcone, palhaço e psiquiatra vinculado ao Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da Unifesp, e o fotógrafo João Leoci, impedido de fazer o registro. “Me identifiquei como jornalista, mas tive uma espingarda calibre 12 apontada para o meu rosto com a ordem que eu parasse de fotografar”, relata.

Foto: João Leoci

Enquanto isso acontecia, a Polícia Civil e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) faziam mais uma ação da Operação Caronte, jogando bombas, atirando com balas de borracha e causando correria.

Depois de quatro horas e de um advogado ser privado de entrar na Delegacia, os 21 detidos foram liberados. Não sem antes, segundo Falcone, o delegado titular, Severino Vasconcelos, lhe dar um aviso. “Que a partir daquele dia, toda vez que eu fizesse ação [de redução de danos], ele ia fazer operação e me prender”, conta o psiquiatra e palhaço. Uma bicicleta com autofalante, equipamento de trabalho das ações culturais feitas na região, ficou apreendida.

Foto: João Leoci

“Esse é mais um episódio da perseguição contra as pessoas que lutam pelos direitos humanos no centro de São Paulo. Um completo abuso, que se soma às ameaças, inquéritos sem pé-nem-cabeça e prisões arbitrárias”, denuncia nota do coletivo A Craco Resiste, que atua na região desde 2012 contra a violência do Estado.

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