Política Nacional de Humanização: crítica relacionada aos conceitos de autoridade, poder e violência
Pluralidades de definição – Humanização:
Oposição a violência;
Luta pelos direitos negados;
Atributo desejável e negligenciado pelos profissionais de saúde,
Luta por melhorias na condição de trabalho.
Introdução
Autoridade, poder e violência:
Os brasileiros passam por experiências de violência quando procuram serviços de saúde.
Em todos os níveis de atenção à saúde, instituições públicas ou privadas e em todo o país.
Pesquisas do Ministério da Saúde mostram reclamações com os serviços de saúde do país.
A humanização em saúde surge em resposta à necessidade pelo respeito aos direitos da sociedade e como política pública que busca atuar sobre essa violência.
Até o início do século XXI, em 2000, o termo humanização referia-se à luta pelo respeito aos seus direitos, em contextos específicos.
1970: luta antimanicomial, oposição à violência sofrida pelos usuários dos serviços de saúde mental.
Despersonificação do médico:
O paciente não escolhe com qual profissional quer ser atendido, pois fica restrito às opções disponíveis nas listas dos planos de saúde, na UBS da sua região (UBS tradicional x ESF) ou no plantão do hospital.
Na maioria das vezes, o paciente não tem como escolher, com base no atendimento, se permanece com o médico ou não.
O paciente é visto apenas como ‘’mais um’’ na fila dos atendimentos.
A fim de legitimar sua autoridade, muitas vezes o médico tenta impor sua perspectiva e não dialoga com o paciente.
Violência nos serviços de saúde
Assimetria do poder entre profissionais e usuários;
Usuário em condição de submissão.
Exemplo: questão do aborto – autoridade técnico científico que invade campo da moralidade.
Hannah Arendt
Crise de autoridade no mundo moderno;
Autoridade pautada pela tradição (quebrada pela modernidade),
Autoridade: relação assimétrica entre dois indivíduos.
Autoridade pautada no próprio reconhecimento da condição desigual entre as duas pessoas.
Modernidade
Medicina tecnológica: diminuiu a autoridade médica,
Crise do vínculo de confiança,
“Médico é só o nome na lista de convênio e o paciente se torna um número na fila”
Medina vai bem nos avanços tecnológicos, porém mal na esfera relacional,
Profissional como aplicador de protocolos,
Desconfiança no julgamento médico,
Internet: paciente já “sabe” o que fazer.
Conclusão
Violência nos serviços de saúde como instrumento:
para forçar o restabelecimento de uma autoridade perdida,
Possibilita o funcionamento da engrenagem da cadeia produtiva,
Única maneira de tratar a doença e não o doente.
Referências:
- Azeredo, Y. N., & Schraiber, L. B. (2021). Autoridade, poder e violência: um estudo sobre humanização em saúde. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, 25, e190838.
- Política Nacional de Humanização – PNH.