Damião Wellington de Sousa Lira¹; Rayana Rohini Juchem Tafari Wilmot²
¹Graduando de Serviço Social pela Universidade Federal de Campina Grande ( UFCG )
²Graduanda de Medicina pela Faculdades Pequeno Príncipe (FPP)
Das pautas discutidas na aula ministrada na LAHCS, que abordavam a temática saúde indígena e o atendimento a essa população, um ponto da fala da palestrante me deixou instigado: a importância de se manter viva as práticas de medicina popular próprias dessa população.
Fazendo um resgate sócio-histórico sobre a nossa formação social e a história da medicina no Brasil, conseguimos chegar a dados que indicam como o processo de colonização portuguesa no país refletiu diretamente na população indígena, principalmente no apagamento das práticas populares de curandeirismo e de benzeção. Partindo desse pressuposto, consegue-se refletir que os impactos da colonização nas terras indígenas foram além do que contam os livros de história, causando uma desestruturação social, econômica e cultural dos povos indígenas são sentidos até os dias atuais.
Pensar a assistência a uma população com traços culturais tão fortes como a população índigena é refletir sobre a importância da intersetorialidade nas ações de saúde,considerando seus aspectos particulares e não menos importante, a sua localização geográfica, um dos maiores obstáculos na prestação de assistência a essa população.
Assim, a conquista de um setor específico no Ministério da Saúde destinado para a saúde indígena, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), mostra-se extremamente importante, na medida em que promoveu a implementação da atenção primária à saúde nos territórios indígenas, respeitando as características socioculturais desses povos e focando na especificidade epidemiológica das regiões em que se encontram, trazendo outros profissionais, além do médico, para atender as necessidades dessa população: odontologistas, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, psicólogos, assistentes sociais.