Práticas Integrativas na Diretoria de Vigilância Sanitária (DVS): O Projeto Bem – Estar no Trabalho
A gente sabe que os processos de trabalho em saúde muitas vezes seguem uma lógica rígida, tecnicista e focada em metas diárias a serem atingidas. Isso tanto despersonaliza o trabalhador quanto pode desencadear um adoecimento físico e/ou psíquico. Nós trabalhadores do SUS transitamos constantemente nesta linha frágil entre a saúde e o sofrimento no ambiente de trabalho.
Os profissionais do Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador – CEREST de Maceió – que está vinculado à Diretoria de Vigilância Sanitária (DVS) sabem que as condições/relações de trabalho refletem diretamente no bem – estar ou não de um indivíduo pois o foco principal de suas intervenções é justamente o trabalhador. Contudo, se o CEREST é responsável por viabilizar condições melhores de trabalho aos indivíduos, quem pode viabilizar essas mesmas condições a esses profissionais?
Pensando nisso, a Coordenação Técnica de Proteção, Segurança e Saúde do Trabalhador do CEREST em parceria com dois residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família da UNCISAL elaboraram juntos o Projeto Bem – Estar no Trabalho. O projeto tem como objetivo principal proporcionar um espaço de convivência que possibilite a qualidade de vida no trabalho, e será realizado para os profissionais do DVS de Maceió durante todo o mês de junho. E nada mais leve e potente que trazer as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) como dispositivo de mudanças nas relações interprofissionais.
O primeiro encontro realizado foi trazida a meditação, que proporcionou um momento de “parada” do vai – e – vem do trabalho. E neste segundo encontro a Yoga do Riso facilitada por Davi Loureiro (Profissional de Educação Física e Terapeuta Holístico) foi a prática que tirou os profissionais do DVS de suas rotinas diárias. E como tirou os profissionais de suas rotinas diárias!!!
A Yoga do Riso envolve momentos de respiração, de expressão de sentimentos, de descontração e de muito riso. Técnicas específicas são usadas e o facilitador deve ter domínio e principalmente gostar do que faz. É uma técnica que proporciona ainda cura de alguns sentimentos que ainda estão lá no fundo guardados.
O momento foi bastante rico, proporcionou alegria, derrubou muros subjetivos e aproximou pessoas, mexeu nas relações de trabalho e os fez acreditar que o riso pode ser um dispositivo fundamental para a saúde.
Apesar de ser feito um questionário para os profissionais avaliarem o encontro, a avaliação do momento pôde ser nitidamente vista em cada sorriso, cada abraço e em cada expressão de leveza e gratidão nos rostos dos trabalhadores do DVS.
A equipe do CEREST e os residentes acreditam que essas práticas devem ser inseridas nos ambientes de trabalho, e por isso há a possibilidade que o projeto se prolongue após o mês de junho. Espera-se que um projeto como esse aconteça em outros ambientes e que a saúde do trabalhador seja sempre o foco nas organizações de trabalho.
Equipe Organizadora
Anthony Rodrigo Antunes – Terapeuta Ocupacional Residente
Bruna Omena – Graduação em Enfermagem com especialização em Enfermagem do Trabalho
Franklin de Oliveira – Psicólogo Residente
Melânia de Lima Vitorino – Fisioterapeuta
Paulo César Fernandes – Engenheiro de Segurança do Trabalho
Facilitador:
Davi Loureiro – Profissional de Educação Física e Terapeuta Holístico
Por Sérgio Aragaki
Muito importante o cuidado a quem trabalha no CEREST. As práticas integrativas trazem muito benefícios e colaboram na melhoria das relações interpessoais.
Quem sabe em breve também conseguem realizar rodas de conversa, de maneira a produzirem acolhimento e análise e melhorias no trabalho que realizam, de maneira solidária, com aumento do protagonismo e autonomia das pessoas. Sugestão:
https://redehumanizasus.net/rodas-de-conversa-como-ferramenta-para-a-educacao-permanente-em-saude/