Quando a Fronteira Vira território: Deficiência Intelectual e Saúde Mental

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Meu nome é Guilherme Rodrigo Martins Weiand, em conjunto a Suzely Nunes Araújo, alunos do quarto semestre de psicologia da Fisma, e vamos apresentar uma breve reflexão sobre o artigo “Deficiência Intelectual e Saúde Mental: Quando a Fronteira vira Território”, é um debate reflexivo integrado ao “Caderno HumanizaSUS –Volume 5- Saúde Mental”.

A interseção entre saúde mental (SM) e deficiência intelectual (DI) tem sido um tema cada vez mais relevante. Este artigo busca explorar essa intersecção, destacando como as duas áreas se sobrepõem e influenciam mutuamente, enquanto enfrentam desafios únicos e compartilhados.

Inicialmente, é crucial compreender que a prevalência do “Diagnóstico Dual” – a ocorrência significativa de problemas de saúde mental em pessoas com DI – tem despertado interesse crescente na pesquisa e prática clínica. Isso porque, embora historicamente tenham sido abordadas separadamente, saúde mental e deficiência intelectual compartilham origens históricas semelhantes e uma população frequentemente enclausurada pelos mesmos muros.

No Brasil, mesmo com os avanços na Reforma Psiquiátrica desde sua iniciativa em 1989 até sua sanção em lei em 2001, ou na inclusão social de pessoas com deficiência, ainda há desafios na articulação de políticas intersetoriais que abordem adequadamente as necessidades dessas populações. A ausência de diretrizes políticas claras e a fragmentação dos serviços de atendimento são algumas das barreiras enfrentadas.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) têm um papel fundamental na transformação do modelo de assistência em saúde mental, porém, muitas vezes, se veem despreparados para lidar com as demandas específicas das pessoas com a deficiência. A falta de capacitação e a falta de serviços de referência adequados contribuem para a negligência das necessidades de saúde mental desses indivíduos e mesmo outros profissionais recebem pacientes com a mesma deficiência, muitas vezes, sem um diagnóstico claro ou que enfrentam dificuldades para acessar os cuidados de que necessitam. Isso pode levar à subestimação dos sintomas de saúde mental ou à exclusão dessas pessoas dos serviços devido à falta de compreensão sobre como lidar com suas necessidades complexas.

Em suma, a interseção entre saúde mental e deficiência intelectual apresenta desafios significativos, mas também oferece oportunidades para uma abordagem mais inclusiva e holística da saúde. A colaboração entre profissionais de saúde mental, serviços de DI e políticas públicas é essencial para superar as barreiras existentes e garantir o acesso equitativo aos cuidados de saúde para todas as pessoas.

 

Imagem fonte: Site Folha Vitória, https://www.folhavitoria.com.br/