Quiz Interativo: Sensibilização para o Atendimento de Saúde de Pessoas Trans

“Quiz Interativo Sensibilização para o Atendimento de Saúde de Pessoas Trans“

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo / Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde

Curso de Psicologia – 7o período 1º sem 2024

Disciplina: A Psicologia e a Saúde – pressupostos para a prática profissional do psicólogo

Prof.ª Dras.: Ruth Gelehrter da Costa Lopes, Maria Cecilia Roth, Vera Mendes

Alunos: Caroline Bettio, Evellyn Pereira, Francisco Aranha, Giovana e Marina Ferme

A Importância do Atendimento de Saúde para Pessoas Trans

A transgeneridade consiste em não se identificar com o gênero designado ao nascimento. No Brasil, não há dados oficiais sobre o tamanho dessa população, já que esta informação não consta no Censo. No entanto, pesquisas internacionais indicam que pessoas transgêneras correspondem a uma porcentagem entre 0,5% e 1,3% da população geral. Conhecer sobre a saúde da população trans é de extrema importância, especialmente para os profissionais da saúde, pois as pessoas trans são frequentemente submetidas a diversos tipos de violência, entre elas a falta de acesso ao atendimento de saúde a que têm direito.

A Rede de Atenção Básica promove proteção da saúde, estratégias de prevenção, manutenção da saúde, diagnóstico, tratamento, reabilitação e redução de danos – de todos os usuários. Portanto, é necessário planejar e organizar os serviços de saúde para garantir o acesso aos dispositivos com dignidade também para as pessoas trans.

O quiz abaixo é um convite aos profissionais de saúde, e a todos os interessados no assunto, para refletirmos sobre o nosso preparo para promover um acolhimento cuidadoso e informado, que impacte positivamente o usuário trans.

Quiz sobre Saúde Trans

Link para a apresentação:

https://www.canva.com/design/DAGIb291lMM/biUQc_Af3m6VKeKfd5cEMg/view?utm_content=DAGIb291lMM&utm_campaign=designshare&utm_medium=link&utm_source=editor

Referências para explicações e indicações de leitura:

O atendimento de pessoas trans na atenção primária à saúde
Acolhimento a transexuais
Centro de Referência de Atenção à Saúde das Pessoas Transexuais e Travestis na região central de São Paulo

Atendimento de Saúde de Pessoas Trans

OBS: as respostas corretas estão destacadas.

1. Na sigla LGBTQIAP+, a letra T se refere a pessoas Trans. A transgeneridade diz respeito a:

• Orientação sexual.
• Identidade de gênero.
• Forma de se vestir.

Comentário: A transgeneridade diz respeito à identidade de gênero, que é a maneira como uma pessoa se identifica internamente e como ela se apresenta para o mundo, podendo ser diferente do sexo atribuído ao nascimento.

Leia mais:
https://www.sbmfc.org.br/noticias/o-atendimento-de-pessoas-trans-na-atencao-primaria-a-saude/

2. Uma pessoa sobre a qual eu não sei qual pronome usar chega à recepção de uma Unidade Básica de Saúde. Como devo proceder para atendê-la?

• Tento supor qual o gênero que ela se identifica, para não a constranger.
• Não me refiro a ela por pronome.
• Pergunto como a pessoa gostaria de ser chamada.

Comentário: É importante perguntar a qualquer pessoa como ela gostaria de ser chamada, respeitando assim sua identidade e promovendo um ambiente acolhedor.

Leia mais: https://www.sbmfc.org.br/noticias/o-atendimento-de-pessoas-trans-na-atencao-primaria-a-saude/

3. Quais equipamentos da Rede de Saúde Pública podem atender pessoas Trans?

• Todos os equipamentos, inclusive os especializados em saúde Trans.
• Somente equipamentos especializados em saúde Trans.
• A Rede de Saúde Pública não atende pessoas Trans.

Comentário: Todos os equipamentos da Rede de Saúde Pública podem atender pessoas Trans. Há também equipamentos especializados que oferecem suporte adicional.

Leia mais: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf

4. Nos equipamentos de Saúde Pública, uma pessoa Trans tem o direito de utilizar o banheiro:

• Unisex (todo equipamento de Saúde Pública tem um).
• Referente a seu sexo biológico.
• Referente ao gênero com que se identifica.

Comentário: Pessoas Trans têm o direito de utilizar o banheiro que corresponde ao gênero com o qual se identificam, conforme orientações de direitos humanos e de saúde.

Leia mais: https://www.sbmfc.org.br/noticias/o-atendimento-de-pessoas-trans-na-atencao-primaria-a-saude/

5. Um homem Trans precisa fazer exame de próstata?

• Sim.
• Não.
• A depender da indicação médica.

Comentário: Um homem Trans não necessita de exame de próstata, pois não possui essa glândula. Os critérios de rastreio devem ser adequados ao seu histórico médico e orientação clínica.

Leia mais
INCA: https://www.gov.br/inca/pt-br/
Oncoguia: https://www.oncoguia.org.br/
SBMFC: https://www.sbmfc.org.br/

6. Uma mulher Trans precisa fazer exame de mama?

• Sim.
• Não.
• A depender da indicação médica.

Comentário: Uma mulher Trans pode necessitar de exame de mama, especialmente se estiver fazendo terapia hormonal. A necessidade do exame deve ser determinada pelo médico.

Leia mais
INCA: https://www.gov.br/inca/pt-br/
Oncoguia: https://www.oncoguia.org.br/
SBMFC: https://www.sbmfc.org.br/

https://www.sboc.org.br/noticias/item/1073-a-importancia-do-rastreamento-de-cancer-em-mulheres-trans

7. A hormonização em pessoas Trans pode ocasionar alterações de humor ou emocionais?

• Quase nunca.
• Quase sempre.
• Depende de cada caso.

Comentário: A hormonização pode causar alterações de humor ou emocionais, variando conforme cada indivíduo. O acompanhamento médico é fundamental para monitorar esses efeitos.

Leia mais: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/Protocolo_Saude_de_Transexuais_e_Travestis_SMS_Sao_Paulo_3_de_Julho_2020.pdf

8. A terapia vocal em pessoas Trans pode ser realizada por:

• Toda(o) fonoaudióloga(o).
• Somente por um(a) fonoaudiólogo(a) especializado(a).
• Nenhum(a) fonoaudiólogo(a) pode realizar a terapia vocal em pessoas Trans.

Comentário: A formação básica de toda(o) fonoaudióloga(o) habita para realizar a terapia vocal em pessoas Trans. Não é necessário encaminhamento para especialistas, a não ser em casos específicos.

9. Os exames de rastreio são feitos de acordo com:

• O sexo biológico.
• A identidade de gênero.
• Depende da avaliação médica.

Comentário: Os exames de rastreio devem considerar tanto o sexo biológico quanto a identidade de gênero e a avaliação médica, especialmente em relação à hormonização.

Leia mais
INCA: https://www.gov.br/inca/pt-br/
Oncoguia: https://www.oncoguia.org.br/
SBMFC: https://www.sbmfc.org.br/

10. Com quantos anos uma pessoa Trans é considerada idosa?

• 60 anos.
• 40 anos.
• Depende.

Comentário: No Brasil, a expectativa de vida ao nascer do brasileiro em geral é cerca de 75 anos; o Estatuto do Idoso considera legalmente idosa a pessoa com 60 anos ou mais. As organizações que atendem a população transgênera frequentemente consideram a pessoa trans como idosa a partir de 40 ou 45 anos, devido à menor expectativa de vida desta população (estimada em 35 anos); no entanto, este é um entendimento prático e voluntário.

Outras Referências:

SOUZA, S. L. et al. O atendimento de pessoas trans na atenção primária à saúde. Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Disponível em: https://www.sbmfc.org.br/noticias/o-atendimento-de-pessoas-trans-na-atencao-primaria-a-saude/. Acesso em: 17 jun. 2024.

SILVA, A. P. Acolhimento a transexuais. Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Disponível em: https://www.ee.usp.br/posgraduacao/mestrado/apostilas/Acolhimento_Transexuais.pdf. Acesso em: 17 jun. 2024.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Centro de Referência de Atenção à Saúde das Pessoas Transexuais e Travestis na região central de São Paulo. Disponível em: https://www.capital.sp.gov.br/w/noticia/prefeitura-entrega-centro-de-referencia-de-atencao-a-saude-das-pessoas-transexuais-e-travestis-na-regiao-central. Acesso em: 17 jun. 2024.