A minha experiência no Estágio em Saúde Mental no CAPS Dr. Sadi Feitosa de Carvalho
Meu nome é Ana Rita Correia e sou estudante do Internato em Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Neste texto, compartilho os meus aprendizados obtidos durante o meu estágio no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Dr. Sadi Feitosa de Carvalho.
Durante meu estágio no CAPS Dr. Sadi Feitosa de Carvalho, como parte do Internato em Saúde Mental da UFAL, tive contato direto com a rotina do serviço, algo que complementou muito o aprendizado teórico que tinha até então. Estar no CAPS permitiu conhecer de perto uma abordagem de cuidado que valoriza a escuta, o vínculo com as pessoas e a reinserção dos usuários nas atividades sociais.
Logo nos primeiros dias, percebi que aquele espaço era muito mais do que um serviço de atendimento: era um lugar de acolhimento, escuta e terapia. Pude acompanhar e participar das atividades desenvolvidas, me integrar com os grupos e sentir em primeira mão a experiência dos usuários com o serviço.
Algo que chamou muito a minha atenção foi a forma como os próprios usuários criavam vínculos entre si. A partilha de histórias de vida e de experiências semelhantes com o sofrimento psíquico parecia ter um efeito acolhedor. Era possível ver como se reconheciam nas dores e nas experiências vividas pelos colegas, e isso fortalecia a sensação de pertencimento. Muitos pacientes se aconselhavam, se escutavam com empatia e ofereciam palavras de incentivo. Havia apoio mútuo, solidariedade e troca genuína.
A convivência com a equipe multiprofissional me fez entender a importância do trabalho coletivo e da abordagem interdisciplinar na atenção psicossocial. Psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, educadores físicos e assistentes sociais, cada um com seu saber, traçam juntos estratégias de cuidado singulares para cada grupo e para cada pessoa.
Este estágio me fez entender que é importante estar ao lado, escutar com atenção e reconhecer o sofrimento do outro. Levo comigo o aprendizado de que o cuidado em saúde mental precisa ser, acima de tudo, um cuidado humano e livre, focado no acolhimento e na reinserção social e não na exclusão e no isolamento.
Por Sérgio Aragaki
Ana Rita,
Muito bom saber a respeito de seus aprendizados no estágio junto ao CAPS.
O cuidado em liberdade, o incentivo e fortalecimento do protagonismo e da autonomia das pessoas faz parte da luta antimanicomial. E isso não é o mesmo que individualismo. O cuidado se faz junto.
Seguimos transformando as relações, para que sejam cada vez mais em defesa da Vida. De todas as Vidas. E é muito bom contar com vc nessa jornada.
AbraSUS!