Resenha:Reflexões sobre a saúde mental do professor:possibilidades para promover a saúde do trabalho
Eu me chamo Andrea estou no quarto semestre do curso de Psicologia da FISMA-Santa Maria -RS e sou docente há mais de duas décadas. Quando provocada pelo professor Douglas Casarotto, da disciplina de Introdução à Psicologia da Saúde, a escrever uma resenha pensei ser assertivo refletir sobre o processo de adoecimento mental no meu fazer cotidiano.
Nesse sentido, é notório que profissionais da educação estão sendo sobrecarregados de longa data. Ano após ano as demandas aumentam e os finais de semana estão sendo insuficientes para dar conta de tantas demandas de organização profissional, planejamentos para suas turmas e diferenciados para estudantes com déficits de aprendizagem, correção de avaliações, preenchimento de planilhas, de cadernos de chamada…
No contexto pandêmico, então, não havia separação do trabalho e da vida privada. Mensagens no whatsapp chegavam a qualquer dia e horário da semana. Não havia domingos nem feriados. Éramos solicitados(as) pelas famílias diuturnamente. Usando a nossa rede de internet, o nosso computador, o nosso aparelho de celular (por vezes nem tão bom assim) e inventando mil artimanhas e manobras para chamar a atenção dos estudantes que estavam, nesse período, recolhidos em seus lares.
O medo, a incerteza do porvir, o cuidado com os idosos da família, com os nossos entes queridos internados e sendo cuidados inclusive por nós mesmos (as)…
Senti na pele essa sobrecarga quando, do banheiro do quarto em que dispensava todos os cuidados ao seu esposo – especialmente higiene, alimentação e carinho – fui chorar baixinho, no momento em que uma mãe chamou-me , no particular do whats, para criticar a aula que fora enviada dali, daquele quartinho apertado, com um olho no marido e o outro no celular.
Profissionais esgotados, sugados, que dão tudo de si pela sua profissão vem a sofrer de Burnout e precisam se afastar do seu ambiente laboral, já que não há recursos humanos suficientes que possam garantir a efetividade do direito já adquirido pela lei para a hora atividade(para abarcar suas competências) no seu turno de trabalho. É necessário ter um olhar atento e uma escuta qualificada aos referidos profissionais para evitar o adoecimento de uma classe pouco valorizada e por demais cobrada pela sociedade como um todo.PROFESSORA
Por Sérgio Aragaki
Fiquei pensando sobre a possibilidade de todo esse não reconhecimento, não investimento, não valorização de profissionais da educação serem parte de um projeto para terem, dentre outros, justamente esses efeitos. Se a educação crítica, se o acesso às informações podem ajudar a libertar, para que propicia-la e fortalece-la?