Relato de experiência de acadêmicos de medicina no CAPS Sadi Feitosa
Este é um relato de experiência de acadêmicos de medicina do 9º período da Universidade Federal de Alagoas no Centro de Assistência Psicossocial (CAPS) Sadi Feitosa, localizado em Maceió – Alagoas, onde desempenharam atividades durante o período de 14 de setembro até 06 de outubro de 2022.
No primeiro dia do estágio no CAPS fomos apresentados aos vários profissionais que compõem a equipe da instituição: nutricionistas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fisioterapeutas, educadores físicos, farmacêuticos, assistentes sociais, todos bastante simpáticos e solícitos no que diz respeito à explanação do cronograma de atividades, fluxo de atendimento e à resolução de nossas eventuais dúvidas.
A grande maioria das atividades que tivemos a oportunidade de participar foram rodas de conversa de múltiplos grupos terapêuticos atuantes no CAPS Sadi, que promoveram discussões sobre emoções, prevenção do suicídio, a importância do perdão, sobre reconhecer os nossos desejos e o que pode favorecer nosso desenvolvimento pessoal e social, higiene do sono, além de rodas sobre mitos e verdades associados à alimentação e uma discussão sobre a prevenção do câncer de mama. Os grupos tinham como facilitadores diferentes profissionais da unidade, incluindo psicólogas, enfermeiras, terapeuta ocupacional e educadores físicos.
Nesse sentido, foi uma experiência rica no que diz respeito à valorização do trabalho em equipe multiprofissional e dos grupos terapêuticos como uma forma de promover a psicoeducação, a socialização entre os usuários, evitando o isolamento social e combatendo o estigma que parte deles sofrem, além de possibilitar a troca de experiências e abordagem holística da saúde mental. Um exemplo disso, era a combinação de atividades físicas junto à música, orientadas pelo educador físico. Atividades estas que eram seguidas – ou ocorria logo em seguida – ao grupo terapêutico da nutricionista ou de psicólogas. Além desse tipo de atividade, também eram estimuladas outras tarefas lúdicas, como jogos de boliche e bingo, pintura e confecção de desenhos, crochê, elaboração de máscaras decorativas, dentre outras atividades de artesanato.
Também tivemos uma experiência na triagem de pacientes junto à psicóloga, onde tivemos a oportunidade de de presenciar uma anamnese realizada por outro profissional que não um médico, a fim de compreender a história do usuário em questão e decidir se ele se adequa ou não ao perfil para participar das atividades oferecidas e realizadas no CAPS. Dessa forma, conhecer como são acolhidos os pacientes que são encaminhados ao CAPS foi de suma importância para saber como funciona essa primeira chegada ao centro e quais os próximos passos a serem seguidos.
Nota-se, portanto, a grande importância que tem a vivência nos CAPS na formação profissional do acadêmico de Medicina, no sentido de que a integração multiprofissional, o acolhimento, e a visão holística que a experiência propicia forjam fundamental base ética para o graduando. Da mesma forma, as características adaptativas do CAPS a sociedade em que se insere são determinantes para o seu sucesso, haja vista a realização de atividades temáticas que são segregadas sazonalmente, o que permite abordagem ampla e efetiva dos mesmos, a exemplo das campanhas do Setembro Amarelo e Outubro Rosa, as quais têm ampla repercussão entre os presentes e que pudemos vivenciar enquanto no estágio no CAPS.
Juliana Louise Dias Lima
Nadilly Sobral Monteiro dos Santos
Rafael Alves de Mendonça
Por patrinutri
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