Relato de Experiência sobre o Estágio no CAPS Rostan Silvestre

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Relato de experiências
Gabriela Bandeira 05/06/2024

Eu, Gabriela Travassos Bandeira, aluna do Internato em Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas, compartilho este relato sobre a minha experiência no CAPS Rostan, junto aos meus colegas Sarah Antunes, João Maximiliano e Laynny Vasconcelos.

O CAPS Rostan está localizado no bairro da Jatiúca, na cidade de Maceió, e conta com uma ampla variedade de profissionais como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistente social, artesãos, terapeutas ocupacionais, entre outros.

Este estágio possibilitou uma experiência extremamente enriquecedora, visto que mesmo estando no nono período de medicina, não tive a chance de conhecer pessoalmente um CAPS anteriormente. Assim, a oportunidade de passar semanas participando do dia a dia no serviço e contribuindo seja nas atividades com os pacientes, ou em preparações de ações e no acolhimento inicial do usuário me permitiu uma outra visão acerca do cuidado e da promoção à saúde de um indivíduo. Reforço uma menção especial aos meus dias na psicoterapia, em que a partir de uma roda de conversa com os usuários ouvi experiências impactantes de períodos de internação psiquiátrica ao qual muitos foram submetidos, o que me permitiu ampliar a visão sobre a importância da luta antimanicomial. Coincidentemente o período do estágio que ocorreu de 09/05 a 02/06/2024 esteve inserido no mês da luta antimanicomial, o que possibilitou o nosso envolvimento em uma  atividade relacionada a causa. Pudemos auxiliar na organização dos cartazes que expressavam relatos e pedidos dos usuários envolvendo a luta antimanicomial, e foi exposto no dia 28/05 em um evento no CAPS.

Além disso, conversar com o paciente fora de um contexto hospitalar e observar sua evolução em diferentes aspectos da vida cotidiana, foi essencial para obter uma visão ampliada desses indivíduos, que ultrapassa o seu diagnóstico e limitações. No geral, o CAPS Rostan fornece uma ampla gama de atividades como teatro, artesanato, meditação, leitura, jogos de praça, autocuidado e meditação, que possibilitam uma grande variedade terapêutica disponível ao paciente. Por fim, gostaria de deixar expresso meu profundo agradecimento a todos os profissionais do CAPS, que me receberam com tanto carinho e disposição.

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4 Comentários

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Por Emilia Alves de Sousa

Olá Gabriela, seja muito bem-vinda à Rede HumanizaSUS!
Adorei a sua postagem sobre sua experiência acadêmica no CAPS Rostan. Seu relato traz informações de um cuidado interdisciplinar implicado com o acolhimento, a escuta qualificada e o protagonismo dos usuários atendidos no CAPS. Parabéns por esse olhar ampliado sobre o cuidado em saúde e por compartilhar essa experiência tão valiosa!
AbraSUS
Emília

Por patrinutri

Que bom saber que esta formação tem sido transformadora para você e seus colegas futuros médicos e médicas.
Com certeza o caps é um serviço que nos ensina que cuidar não é violento, não é pela perda da liberdade e sim pelo caminho da paz, da arte, da comunicação e do afeto.
AbraSUS!

Por Sarah Figueiredo

Comentário por: Sarah Antunes Figueiredo, Interna de medicina no Estágio de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas.

Desde o inicio dessa experiência de 3 semanas fomos acolhidos muito bem por todos os funcionários do CAPS Rostan. No meu primeiro dia já pude ter a experiência de uma oficina com Seu Benedito, aprendendo a criar arte a partir do coco seco. Me diverti nas aulas de quadrilha (e lembrei que adorava essa dança), acompanhei visita domiciliar multidisciplinar para matriciamento, participei do acolhimento de paciente, discuti sobre saúde mental com meus colegas. Conheci uma realidade que antes não conseguia conceber e que hoje me parece uma das mais importantes iniciativas já feitas. As atividades que são realizadas lá são tão simples por um olhar externo: oficinas de dança, música, psicoterapia, arte… nos fazem lembrar que o melhor tratamento é a inclusão, o sentimento de pertencimento a algo ou a alguém, a rotina, o convívio de pessoas com pessoas, a vocalização dos sentimentos, o autoconhecimento, a alegria.

Ver a independência que os usuários do caps conseguem desenvolver e a importância que eles dão a esse serviço (relatado pelos próprios) foi lindo. Ter o contato tão próximo e constante com os pacientes foi uma experiência que me fez reavaliar as formas habituais das relações médico-paciente e espero conseguir aplicar muitos desses aprendizados na minha prática médica. Muito obrigada a todos que nos proporcionaram essa experiência.

Por Laynny da Trindade Vasconcelos

Sou Laynny da Trindade Vasconcelos, Interna de medicina da UFAL, e estagiei no mesmo período que Gabriela no CAPS Dr. Rostan Silvestre. Assim como meus colegas, reitero o quão valorosa foi a experiência.

Vivenciar o cotidiano da unidade, ter oportunidade de troca com os usuários fora de um contexto hospitalar, por meio de oficinas de arte, rodas terapêuticas, nos momentos de lanche… Era nítida a importância e a diferença que aquilo fez e faz na vida de todos ali.

Tive a feliz oportunidade de testemunhar relatos de usuários extremamente positivos, contando seus progressos em suas respectivas vidas pessoais e o quanto a experiencia de seguimento no CAPS fez a diferença.

Para além do contato com os usuários, a troca com a equipe multiprofissional e poder ver como cada um exerce seu papel e se integra no cuidado e serviço, também se fez muito importante e valiosa. Pessoas como Gil, com quem sempre trocava nos momentos de café; Benedito que me mostrou toda sua arte e conhecimento enquanto artesão, além de suas experiências dentro do CAPS e histórias de ex usuários; as psicólogas Larissa e Laura; e tantas outras pessoas extremamente necessárias ali.

Poder estar lá, escutar e compartilhar momentos, foi de uma ímpar felicidade. Saber que tudo isso se integra como um serviço do nosso SUS me dá uma esperança e orgulho, como futura psiquiatra, serei feliz em fazer parte de um serviço como esse no futuro.