Resenha Crítica de artigo selecionado do Caderno HumanizaSUS, v.5.
Matheus Moreira – acadêmico de Psicologia – 4° semestre
Disciplina de Introdução à Psicologia da Saúde, professor Douglas Casarotto de Oliveira
FISMA (Faculdade Integrada de Santa Maria)
Resenha crítica do artigo “Apoio Matricial: Cartografando seus Efeitos na Rede de Cuidados e no Processo de Desinstitucionalização da Loucura”, de Meyrielle Belotti e Maria Cristina Campello Lavrador.
Belotti, M., & Lavrador, M. C. C.. Apoio Matricial: Cartografando seus Efeitos na Rede de Cuidados e no Processo de Desinstitucionalização da Loucura. In: Saúde Mental: Caderno HumanizaSUS, v. 5. Brasília: Ministério da Saúde, 2015, p. 129-146.
O artigo apresenta uma experiência de encontros de matriciamento realizados no município de Cariacica/ES, que buscou analisar os efeitos e as contribuições que a interlocução da Saúde Mental com a Atenção Básica pode proporcionar no fortalecimento da rede de cuidados e no processo de desinstitucionalização da loucura. Através da cartografia, foi possível acompanhar, pensar e sentir as afecções e os movimentos que ocorrem durante os encontros de matriciamento, utilizando o diário de campo como ferramenta que proporciona a atualização da linguagem desses movimentos. As autoras destacam a importância do Apoio Matricial como estratégia para promover a interlocução entre Saúde Mental e Atenção Básica, fortalecer a rede de cuidados e evitar a internação desnecessária de pessoas com transtornos mentais.
A abordagem mais integral e humanizada da loucura é um ponto importante do artigo, que destaca a necessidade de uma atenção mais ampla e acolhedora, que não se limite apenas ao tratamento medicamentoso ou à internação em hospitais psiquiátricos. A postura ética adotada na pesquisa, que se propõe a pensar e sentir as afecções e os movimentos que ocorrem durante os encontros de matriciamento, é outro ponto positivo do artigo, que valoriza a subjetividade e a participação ativa dos usuários e dos profissionais envolvidos.
No entanto, o artigo poderia ter sido mais claro em relação aos resultados obtidos e às estratégias concretas que foram adotadas para fortalecer a rede de cuidados e promover a desinstitucionalização da loucura. Além disso, seria interessante que o artigo tivesse abordado mais profundamente as dificuldades e os desafios encontrados durante a experiência, bem como as possíveis limitações do método de pesquisa adotado. De modo geral, o artigo apresenta uma experiência interessante e relevante, que pode contribuir para a reflexão e o aprimoramento das práticas de saúde mental no contexto brasileiro.