resenha critica: Humanização e Reforma Psiquiátrica: A radicalidade da ética em defesa da vida.
Resenha crítica, sou estudante de psicologia do 4º semestre da Faculdade integrada de Santa Maria (FISMA), através da disciplina de introdução a psicologia da saúde irei comentar sobre o artigo: Humanização e Reforma Psiquiátrica: A radicalidade da ética em defesa da vida.
O artigo tem o propósito de discutir a ligação da Política Nacional Humanização (PNH), também denominada como humanizaSUS com a luta antimanicomial, no contexto da Política de Saúde Mental de Belo Horizonte.
A PNH busca promover um sistema público de saúde universal e igualitário que visa incluir as pessoas nos processos de produção de saúde, surgindo neste cenário como “reencantamento do SUS” e apresentasse como uma política transversal do SUS no qual aprofunda o conceito de humanização na saúde. A PHN apresenta três princípios: indissociabilidade entre atenção e gestão, transversalidade, protagonismo.
A loucura sempre se manteve atrás dos muros, como animais enjaulados sendo tratados de forma violenta e desumana anulando o sujeito e tirando sua cidadania, voz, individualidade, esses adjetivos são poucos para descrever a era manicomial, entretanto por diversos fatores os muros se transformaram em nomes como: Centros de Referência em Saúde Mental (Cersam), Arte da Saúde, Centros de convivência, Equipes de Saúde da Família, samu, Consultórios de Rua, entre diversos outros programas. Com isso, a desinstitucionalização serve para modificar o olhar para a loucura, não apenas como algo pejorativo mas para a singularidade do indivíduo se tratando de uma política de humanização.
Além disso, uma desconstrução do manicômio é poder dar a loucura um novo significado, é trazer o indivíduo para o social, ter sua identidade renovada por meio de reconhecimento pelos seus feitos, ter laços sociais, uma reintegração social adequada como um novo mundo sem grades e muros de fato exercendo seu direito como cidadão, isso, através de Equipes de Saúde da Família com um cuidado humanizado. O usuário de drogas, o louco, aquele que não é bem visto na sociedade tem sua subjetividade retirada, entretanto com a luta antimanicomial, isto é, revogado sem tirar do indivíduo sua subjetividade.
Ademias, cabe ressaltar que podemos discutir também as dificuldades práticas de implementar essas mudanças, como: serviço qualificado e humanizado porque exige que esses profissionais tenham qualificações para uma pratica solidaria, quebrar barreiras institucionais, culturais tais como o estigma vinculado à loucura, financeiras e sociais sobre a estrutura focada no tratamento de medicação o que pode gerar uma resistência a esse novo método de tratamento que exige mais paciência.
Contudo, as autoras Ana Rita e Rosemeire realizaram uma obra que de uma forma geral convida o leitor a refletir sobre diversos cenários principalmente no cuidado com o outro, que trazem questionamentos sobre nossas lentes em relação ao mundo, nos leva a enxergar o paciente psiquiátrico não como um objeto de intervenção, mas como um sujeito de direitos, desejos e subjetividade. O artigo é valioso ao trazer à tona a discussão sobre a humanização e ética na psiquiatria que são temas cruciais, está leitura é ideal para pesquisadores, estudantes, profissionais da saúde e também para a sociedade em geral.